São Paulo, 19 de abril de 2024

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05/04/2014

Manufatura aditiva irá ganhar mercado da usinagem?


(06/04/2014) – A manufatura aditiva (ou impressão 3D) vem conquistando espaço crescente no mercado industrial. Embora não seja uma tecnologia nova, comercialmente está no mercado desde o final da década de 1980, a manufatura aditiva deu um enorme salto nos últimos anos – com o fim do período das patentes e o barateamento das máquinas – e a cada dia ganha maior aplicabilidade, já sendo muito utilizada nos setores automotivo, aeroespacial, na indústria eletrônica e de implantes ortopédicos e odontológicos, entre outros. Estima-se que este mercado irá dobrar de tamanho em 2015.

E o que isso tem a ver com usinagem, injeção de plástico, fundição e outros processos tradicionais de produção? Sofrerão algum impacto com a difusão dessa tecnologia? Um exemplo: hoje já é possível fazer um molde pelo processo de manufatura aditiva, em plástico, rígido o suficiente (suporta pressão de até 300 bar) para produzir um lote de peças a partir dele. Vai ter aplicação final? Não, mas vai reduzir o processo de lançamento de produtos e vai economizar a produção de alguns moldes e ou protótipos no processo.

Vitor Hugo Jacob, presidente da LWT, representante da Stratasys no Brasil, conta o caso recente de um fabricante de calçados. Esse cliente, para chegar a um produto final, normalmente precisava produzir três moldes. Cada molde exigia cerca de um mês para ser produzido, testado e ter o produto final, no caso o calçado, avaliado. “Hoje, utilizando a manufatura aditiva, esse processo que chegava a 90 dias foi reduzido para apenas uma semana”, afirma Jacob. “Só com o produto final aprovado é que o cliente parte para a produção do molde em aço”.

Em alguns casos é possível chegar-se à produção de uma peça no seu material final, como nos casos de componentes em nylon, policarbonato etc. E a cada dia surgem novos exemplos nos setores aeronáutico, automotivo… Na semana passada, por exemplo, o site Usinagem-Brasil publicou matéria sobre a MAN Latin America, onde a empresa destacava a redução dos custos de produção de protótipos em até 80% com a utilização da nova tecnologia. ”A impressora 3D é mais uma ferramenta para melhoria de projetos de desenvolvimento do produto, minimizando impacto em cronograma e custo”, informava Rodrigo Chaves, diretor de Engenharia da MAN Latin America.

Jacob concorda com o diretor da MAN. A manufatura aditiva, embora tenda a impactar o modo de produção atual – tanto que vem sendo chamada de terceira revolução industrial – não irá eliminar os processos atuais. “Não vejo a manufatura como um processo que irá substituir os processos convencionais, mas como um complemento”, diz. O que não quer dizer que a indústria como um todo não terá que se adaptar ao novo modelo produtivo e, em breve, todas as fábricas deverão ter uma máquina de impressão 3D no chão-de-fábrica ou, no mínimo, contar com um de birô de impressão 3D entre seus prestadores de serviço.

Especificamente sobre as ferramentarias, Jacob avalia que não perderão sua importância no processo produtivo. “Talvez deixem de usinar tantos protótipos para um mesmo produto. Em contrapartida – com a agilização do processo de lançamentos de produtos – os fabricantes poderão ampliar o leque de produtos e de modelos, para atender a atual tendência global de customização e unicidade, diferente do modelo anterior baseado na massificação”.

Jacob lembra ainda que atualmente, para ser vantajoso para um cliente, a produção por manufatura aditiva exige que a peça tenha maior complexidade. “Para a produção de peças simples, a processo de usinagem é mais barato”.

Existem hoje no mundo mais de uma dezena de tecnologias de manufatura aditiva, das quais quatro tem-se sobressaído. São elas: FDM (Fused deposition modeling), desenvolvida pela Stratasys e que utiliza termoplásticos; a Polyjet, também desenvolvida pela Stratasys e que utiliza resinas; a SLA, ou estereolitografia, desenvolvida pela 3D Systems, que utiliza resinas líquidas; e a SLS (Selective Laser Sintering), que trabalha com materiais granulados de plásticos, cerâmicas e metais e que foi desenvolvida na Universidade do Texas pelo fundadores da DTM, que hoje pertence à 3D Systems. Com esta última, por exemplo, já é possível imprimir peças em titânio. Porém, o custo de uma máquinas hoje é superior a 1 milhão de euros.

FERRAMENTAS – O site Usinagem-Brasil também procurou saber se os fabricantes de ferramentas têm sentido a presença deste novo “concorrente” no mercado brasileiro e mundial. Os entrevistados foram unânimes em dizer que até aqui não sentiram qualquer impacto, nem tiveram relatos de suas matrizes de que isso tenha ocorrido em algum mercado do mundo.

Salvador Fogliano, diretor-presidente da Walter do Brasil, informa que “qualquer alteração nos processos de manufatura de peças e componentes é motivo de atenção da empresa para compreender como isso afeta nosso negócio, ou seja, os possíveis impactos de qualquer novidade nos processos de produção, seja manufatura aditiva ou o desenvolvimento de novos materiais”. Porém, acrescenta, até aqui não foi percebida nenhuma alteração ou perda de mercado.

Doron Cohen, gerente de Moldes e Matrizes da Iscar em Israel concorda. “Até aqui, não existem evidências no mercado sobre perda de mercado da usinagem de metais devido a manufatura aditiva”.

Fernando Garcia de Oliveira, gerente de Engenharia para América do Sul da Sandvik Coromant, explica que não existe na empresa uma preocupação direta com relação à manufatura aditiva. “A Sandvik Coromant mantém parcerias com as mais renomadas universidades e centros de pesquisas mundiais que atuam na área da produção mecânica. Desta forma, acompanhamos de perto os novos desenvolvimentos, não só na manufatura aditiva, como também em outros processos de usinagem e métodos não convencionais, tais como, usinagem a laser, à jato de água e usinagem criogênica, por exemplo”.

Oliveira destaca que a empresa não sentiu nenhuma perda de mercado por conta desta nova tecnologia. “Inclusive usamos a manufatura aditiva na área de desenvolvimento e produção de componentes a base de resinas sintéticas usados em nossos processos de produção”.

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