(21/09/2025) – Com 37 anos de atividades, a Vama Industrial, de Joinville (SC), vive uma fase de consolidação e expansão no setor de ferramentaria. A empresa, que iniciou em 1988 com foco em usinagem para construção civil e linha branca, hoje é referência nacional na produção de moldes de grande porte para a indústria automotiva e no fornecimento de usinagem para o setor de óleo e gás.
O movimento estratégico de mudança de foco começou em 2010, quando a Vama percebeu a migração de ferramentais da linha branca para a China. “A indústria automobilística, por conta do design diferenciado de cada modelo, tem maior dificuldade em importar moldes. Foi aí que enxergamos uma oportunidade”, explica Anderson Marcel dos Santos, diretor comercial da Vama.
Desde então, a empresa estruturou um plano de investimentos que, a partir de 2015, foi colocado em prática com a aquisição de equipamentos de grande porte. Hoje, após a recente aquisição de mais duas unidades, a Vama conta com seis máquinas Fidia Gantry de cinco eixos – o maior parque deste modelo instalado na América do Sul, segundo a empresa – além de duas máquinas Camder, de furação profunda, de seis eixos e capacidade de até 30 toneladas, o que a posiciona em um mercado restrito a apenas cinco concorrentes no Brasil.
O portfólio atual inclui moldes de para-choques, painéis de instrumentos, painéis de portas e grades, com produção em ritmo acelerado. Só em 2025, a empresa deve entregar cerca de 15 moldes de para-choques, número considerado expressivo para o segmento.
A estrutura também foi ampliada: a Vama passou de uma área construída de 2.000 para 8.200 m², dentro de um terreno de 20 mil m², com espaço garantido para expansão e logística. Nos últimos cinco anos, os investimentos somaram aproximadamente R$ 60 milhões.
Diversificação com óleo e gás – Paralelamente, a empresa manteve sua atuação na usinagem para óleo e gás, mercado em que fornece para a Petrobras desde 1996. Esse braço representa hoje cerca de 25% do faturamento, enquanto os moldes automotivos respondem por 75%.
Segundo Santos, a presença nesse setor fortaleceu a gestão e os processos da companhia: “O segmento de óleo e gás nos trouxe um upgrade em termos de organização, documentação e compliance, que foram fundamentais para ganharmos ainda mais credibilidade também na área de moldes”.
Sustentabilidade e ESG – Outro diferencial da Vama é a implementação de práticas de ESG. A companhia já participa de certificações internacionais como o EcoVadis, tendo obtido o selo Bronze em 2024, posicionando-se entre as 35% melhores empresas do Brasil – e o CDP (Carbon Disclosure Project), com pontuação máxima na sua categoria.
“Embora o setor automotivo ainda não exija de forma rigorosa esses indicadores, acreditamos que é questão de tempo. No óleo e gás, já é uma realidade, e por isso decidimos nos antecipar”, afirma Thaís Cidral, responsável pela área de ESG. A empresa também está desenvolvendo seu primeiro relatório de sustentabilidade baseado nas diretrizes GRI (Global Reporting Initiative).
Exportações e perspectivas – No passado, a Vama chegou a exportar para México, Argentina e Colômbia em consórcio apoiado pela Apex. Em 2023, voltou a exportar indiretamente para a Argentina, via cliente local. O mercado norte-americano chegou a ser mapeado, mas as tarifas de importação travaram o avanço. “Hoje, a América Latina é o caminho mais viável, e seguimos atentos a novas oportunidades”, diz Santos.
Para 2025, a expectativa é de manutenção do faturamento recorde alcançado em 2024, com projeção de novo pico em 2026, impulsionado pelos lançamentos e reestilizações da indústria automotiva. “A constância do setor de moldes grandes, aliada ao ciclo de atualizações de modelos de veículos, garante um fluxo contínuo de projetos”, conclui o diretor comercial.
