
(28/08/2025) – O governo federal anunciou nesta segunda-feira (25/08) mais R$ 12 bilhões em linhas de crédito, com juros abaixo do mercado, para a modernização do parque industrial brasileiro. Dentro do programa Nova Indústria Brasil, essas linhas serão operadas pelo BNDES e a Finep e irão financiar a aquisição de bens de capital que incorporem robótica, IA, computação em nuvem, sensoriamento, IoT e outras tecnologias da chamada indústria 4.0.
“Era um grande anseio da indústria poder ter um crédito mais acessível para renovar suas máquinas, seus equipamentos, que vão melhorar sua produtividade, sua competitividade, reduzir custos, enfim, poder dar um impulso na atividade industrial”, afirmou Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, no lançamento das novas linhas em reunião realizada no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, destacou que os recursos são para máquinas e equipamentos que estão na fronteira tecnológica da indústria 4.0. “O motor do crescimento é o investimento. E o investimento precisa de inovação. A indústria do planeta, hoje, é cada vez mais competitiva e mais inovadora”, disse.
Juros Baixos – Dos recursos anunciados, R$ 10 bilhões são do BNDES, deste total R$ 4,3 bilhões serão ofertados à Taxa Referencial (TR) e o restante em linhas tradicionais. Segundo o governo, essa “combinação” permitirá que o custo dos financiamentos, para as empresas, não ultrapasse 8,5% ao ano.
Os demais R$ 2 bilhões serão financiados pela Finep à TR + 7,5% ao ano, sendo seu uso exclusivo para indústrias das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

No lançamento da nova fase do NIB, foi lembrado que estudo da CNI – Confederação Nacional da Indústria mostra que o parque fabril brasileiro opera com maquinário antigo, com idade média de 14 anos, com grandes reflexos na produtividade industrial brasileira. Ainda segundo o estudo, hoje, no país, 38% dos equipamentos industriais estão próximos ou além do ciclo de vida ideal estabelecido pelos fabricantes.
A defasagem tecnológica aumenta custos de manutenção, consumo energético e impacta negativamente a competitividade do país.
As linhas de bens de capital criadas agora pelo BNDES e a Finep somam-se ao programa de Depreciação Acelerada, lançado pelo governo federal em maio do ano passado e que destina R$ 3,4 bilhões em créditos financeiros para a compra de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos.
MPMEs – Com as taxas de juros das novas linhas do BNDES, o custo dos empréstimos para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) terão redução, em média, de 6% das taxas que atualmente pagam em financiamentos. Todos os bancos credenciados no BNDES estarão aptos a repassar os recursos.
Para aquisição de máquinas e equipamentos 4.0, MPMEs com projetos de até R$ 50 milhões terão acesso a financiamento na forma indireta, por meio da rede credenciada de instituições do BNDES.
Para médias e grandes empresas com projetos no valor de até R$ 300 milhões, a operação será feita diretamente com o BNDES. O banco também apoiará fabricantes de máquinas e equipamentos 4.0 na comercialização de seus equipamentos credenciados, no valor de até R$ 300 milhões.
Plano Mais Produção – Segundo o governo, com as novas linhas, sobe para R$ 642 bilhões o total de recursos do Plano Mais Produção (P+P) destinados ao financiamento da NIB até 2026.
Painel de monitoramento do P+P, publicado e atualizado pelo MDIC, mostra, até aqui, o apoio a 258 mil projetos em todo o país, no valor total contratado de R$ 516 bilhões para as seis missões da NIB.
Desse total, R$ 224 bi foram para projetos de Infraestrutura; R$ 110,6 bi para Cadeias Agroindustriais; R$ 82,4 bi para Transformação Digital; R$ 48,4 bi para Bioeconomia e Descarbonização; R$ 27,4 bi para Soberania e Defesa; e R$ 23,3 bi para o Complexo da Saúde.