(02/08/2025) – A indústria brasileira de máquinas e equipamentos pode encolher cerca de R$ 24 bilhões ao ano, como consequência das medidas anunciadas pelo governo dos EUA. Este valor é o equivalente a 9% da receita líquida do setor, estimada em R$ 275 bilhões.
De acordo com os cálculos da Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, essas perdas seriam de R$ 19,3 bilhões no curto prazo, em função da perda do mercado norte-americano, além de outros R$ 4,8 bilhões no longo prazo, pela redução dos investimentos na economia nacional.
“Este cenário reduziria o crescimento de 2025 para 5% ao provocar uma queda de 15,1% nas exportações de máquinas e equipamentos”, avalia a entidade.
O tarifaço vem se somar a outros fatores que devem levar à desaceleração das atividades da indústria de máquinas e equipamentos no segundo semestre de 2025. Entre outros, a entidade cita os efeitos cumulativos do aperto monetário, da desaceleração da economia global, apontando para a retração nos principais indicadores macroeconômicos e setoriais.
1º SEMESTRE FOI POSITIVO – Segundo o balanço divulgado pela Abimaq na quarta-feira passada, o setor de máquinas e equipamentos encerrou o primeiro semestre com crescimento de 14,8% nas receitas líquidas de vendas. O bom desempenho no período levou a entidade a revisar suas previsões para cima. “Agora esperamos uma expansão de 7,9%, resultado que mantém a previsão de que a economia irá desacelerar no segundo semestre e provavelmente registrar crescimento de 2% em relação ao 2º semestre de 2024”, informou a entidade horas antes da oficialização do tarifaço dos EUA.
A coletiva de imprensa da Abimaq no último dia 30 estava prevista para apresentar os números do setor em junho e no primeiro semestre. Na ocasião, a entidade divulgou que o mês de junho apresentou sinais de desaceleração nos investimentos em máquinas e equipamentos, com retração de 4,4%. No mês, houve queda tanto na aquisição de máquinas produzidas localmente (-11,4%) quanto importadas (-4,8%).
A receita líquida total de vendas foi de R$ 26,4 bilhões, crescimento de 9,9% sobre junho de 2024, mas retração de 5,4% frente a maio, após ajuste sazonal. No mercado doméstico, o setor movimentou R$ 20,6 bilhões, alta de 8,8% na comparação interanual, mas queda de 11,4% ante o mês anterior.
Já a exportações voltaram a crescer (6,3%), mas não o suficiente para anular a queda no mercado doméstico, resultando em receita total de vendas 5,4% inferior à do mês de maio (com ajuste sazonal). O volume exportado em junho somou US$ 1,05 bilhão, com aumento de 6,3% sobre maio e 14,5% em relação a junho de 2024. No primeiro semestre, porém, as exportações acumularam queda de 4,3%
