
(30/07/2025) – Um estudo recente do Serviço Geológico do Brasil (SGB) revela um potencial significativo para a ocorrência de mineralizações de titânio em regolitos – camadas de solo e rochas alteradas – na região oeste do Paraná e norte de Santa Catarina.
Essa descoberta, que ecoa achados similares no Paraguai, pode, segundo o instituto, posicionar o país em um novo patamar na busca por este mineral estratégico, essencial para indústrias de alta tecnologia e para a transição energética global.
O titânio, conhecido por sua leveza, resistência e durabilidade, é um componente vital em setores que vão da aeroespacial à medicina, passando pela indústria de tintas e pigmentos.
Na estratégica indústria metal-mecânica, o titânio é, por exemplo, um dos componentes do metal duro e também é bastante utilizado no revestimento de ferramentas e peças.

Apesar de sua importância, o Brasil ainda figura como importador de dióxido de titânio, uma realidade que o SGB busca reverter com pesquisas mais aprofundadas.
A motivação para o estudo atual surgiu da constatação de que o Grupo Serra Geral, uma vasta formação basáltica que se estende pelo sul do Brasil, compartilha características geológicas com áreas no Paraguai, onde depósitos supergênicos de titânio já foram identificados.
Essa semelhança acendeu a luz de alerta para o potencial inexplorado em território nacional, impulsionando uma investigação detalhada que agora começa a render frutos promissores.
Para mapear esse cenário, o projeto “Potencial para Mineralizações de Titânio em Regolitos no Grupo Serra Geral” adotou uma abordagem multifacetada.
Inicialmente, um mapa de favorabilidade foi elaborado, integrando dados geofísicos – como gravimetria e aeromagnetometria, que ajudam a identificar estruturas subterrâneas e anomalias magnéticas – e informações geoquímicas.

Esse mapeamento preliminar apontou para quatro áreas de alto potencial, das quais duas foram selecionadas para um estudo mais aprofundado: o Oeste Paranaense e o Sudoeste Paranaense.
Com os alvos definidos, a equipe do SGB partiu para o trabalho de campo, coletando centenas de amostras de solo, saprólito (rocha parcialmente alterada) e rocha em profundidades que variaram de 20 cm a 1,7 metro.
O material coletado foi então submetido a um rigoroso processo de análise laboratorial, com a utilização de técnicas avançadas, que permitiram não apenas identificar a presença de titânio, mas também compreender a forma como ele se concentra no solo da região.