
(22/06/2025) – “injustificável”, “incompreensível”, “inadmissível”. Estes foram alguns dos adjetivos usados por lideranças de entidades empresariais e de trabalhadores, e até de membros do governo federal, receberam a notícia do novo aumento da taxa básica de juros da economia pelo Banco Central, que é comandado por Gabriel Galípolo – conduzido ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na última quarta-feira, 18, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Taxa Selic de 14,75% para 15% ao ano. Trata-se do maior patamar em 20 anos. Também representa o segundo juro real mais alto do planeta.
“No momento em que o país combina desaceleração da inflação e déficit primário zero, crescimento da economia e investimentos internacionais que refletem confiança, é incompreensível que o Copom aumente ainda mais a taxa básica de juros”, criticou, por exemplo, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, em uma rede social. “O Brasil espera que este seja de fato o fim do ciclo dos juros estratosféricos”.

Para Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), é “injustificável” o país sustentar a taxa mais alta de juros desde 2006 em meio a um cenário conturbado e possibilidade de aumento de impostos
“A irracionalidade dos juros e da carga tributária já está sufocando a capacidade dos setores produtivos. É um contrassenso o Banco Central se manifestar contra o aumento do IOF enquanto decide aumentar a taxa de juros. Aonde se quer chegar?”, questionou Alban.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também considerou “inadmissível” a recente decisão do Copom) . Para a entidade, cada nova elevação da taxa de juros é um golpe adicional na capacidade de produção e de o país crescer de forma sustentável.
Por seu turno, Miguel Torres, presidente da Força Sindical, afirmou que ao aumentar novamente a Taxa Selic o Copom demonstra irresponsabilidade social e coloca mais amarras na produção e geração de empregos no país.
“Os tecnocratas do Banco Central precisam entender que juro alto é veneno que mata a produção e o consumo. Juros altos são um convite à especulação e proporcionam excelentes rendimentos ao setor bancário em detrimento da indústria e comércio”, disparou Torres.