
(02/02/2025) – Estudo apresentado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostra que a importação de máquinas agrícolas e de construção triplicou entre os anos de 2020 e 2024. O salto foi de 9 mil para 26,4 mil unidades.
De acordo com o levantamento da Anfavea, o próprio governo federal tem estimulado as importações. Com 29 licitações contemplando 2.132 máquinas, 32% dos equipamentos autopropulsados comprados pelo governo federal foram de empresas sem etapas fabris no país.
O estudo da Anfavea revela que a China respondeu por 55,7% das importações em 2024, liderando o setor de construção, seguida pela Índia, com 26,4%.
“É um motivo de grande preocupação para nós”, diz o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite. “Esta quantidade de máquinas vindas de fora obviamente prejudica a indústria nacional e a geração de empregos no país”.
Conforme a Anfavea, o crescimento acentuado das compras de máquinas autopropulsadas produzidas fora do país também impactou a balança comercial, e levou a um déficit de 5,8 mil unidades em 2024, ante o superávit de 3,8 mil em 2020.
E isto porque o Brasil é também um importante exportador destes equipamentos. Segundo a associação, as exportações cresceram 1,6 vez, de 12,8 mil unidades em 2020 para 20,6 mil unidades para 2024.
Leite atribui este o aumento à qualidade do produto brasileiro e “como ele é capaz de atender países considerados exigentes, como Estados Unidos e Canadá”.
Em 2024, o líder na aquisição de máquinas agrícolas e de construção do Brasil foram os Estados Unidos, que absorveram 42% das compras. Já a China exportou para os EUA no ano passado 22,5 mil máquinas, a maior parte no setor de construção.
A Anfavea prevê estabilidade nas vendas de máquinas agrícolas em 2025. No ano passado, foram vendidos no país 48,9 mil equipamentos deste setor, número que deve se manter este ano.
Quanto às exportações, a expectativa é de aumento de 1%, para 6,1 mil máquinas agrícolas exportadas, ante 6 mil unidades em 2024.
Mas as imposições tarifárias dos EUA à China, no governo de Donald Trump, assim como a possibilidade de redirecionamento das exportações chinesas, podem embaralhar essas projeções.