
(11/06/2023) – A Kuka Roboter do Brasil, subsidiária de uma das líderes do mercado mundial de robótica, está otimista com a possibilidade de o mercado brasileiro reagir a partir do segundo semestre.
Na avaliação de Edouard Mekhalian, diretor-geral da Kuka do Brasil, alguns sinais dessa retomada já eram perceptíveis na Expomafe, feira realizada no início do mês passado em São Paulo. “A feira teve um bom movimento, recebemos em nosso estande um público muito qualificado, interessado, muitos deles com projetos que estão sendo retomados e, inclusive, alguns novos”, disse.
Mekhalian lembra que de setembro de 2022 a março de 2023 o mercado de robótica (entre outros) praticamente parou. Projetos foram paralisados, o volume de consultas caiu. “Houve uma queda geral”, conta.
Entre o final de março e o início de abril, porém, o número de consultas voltou a subir, apontando para uma possível recuperação. “O primeiro semestre ainda está sendo muito marcado por incertezas e com as taxas de juros num nível muito alto. Acredito que no segundo haverá uma sensível melhora”, observou.
LUZ AMARELA – O executivo lembra que a indústria brasileira ainda está muito tímida no que diz respeito à automação e robótica. Segundo ele, o mercado de robôs no País tem crescido a uma média de 7% ao ano, quando deveria estar na faixa de pelo menos 15% para recuperar um pouco do atraso em relação a outros países com economias semelhantes, casos da Turquia e do México, por exemplo.
“A pandemia acendeu uma luz amarela na manufatura, algumas indústrias procuraram se adequar, houve maior procura, mas ainda não no ritmo que se esperava”, diz. Ele reconhece, porém, que para que os projetos engavetados realmente saiam do papel e se concretizem é preciso haver mercado. Em sua opinião, se os investimentos prometidos na área de infraestrutura – que têm potencial para movimentar a economia brasileira como um todo – se confirmarem, pode ser a oportunidade que o segmento de robótica esperava para deslanchar no Brasil.

EXPOMAFE – Além de modelos de suas várias linhas de robôs, a Kuka destacou no evento dois lançamentos. Um deles era o robô da família Cybertech KR 6 R1440-2 arc HW E, nova série de robôs de 6 eixos para solda a arco, de construção compacta e passagem de cabos internamente ao manípulo. Segundo Mekhalian, trata-se de um produto acessível economicamente, de alta qualidade e desenvolvido especificamente para solda a arco. “Este produto tem uma relação custo-benefício atrativa, facilitando o acesso à automação”.
A outra novidade era o AGV (Automated Guided Vehicle) KMP 600-S diffDrive, projetado para o transporte de peças e componentes na linha de produção. Segundo a empresa, esta plataforma móvel abre novos caminhos e mais flexibilidade para a intralogística da produção. Possui capacidade de carga de até 600 kg e permite máxima liberdade de movimento para os colaboradores, uma vez que não requer cercas de proteção: é equipado com scanners a laser (com tecnologia SLAM), instalados na frente e atrás da máquina, que permite sua adaptação a diversos ambientes sem a necessidade de mudanças no chão de fábrica.
Ainda sobre a feira, Mekhalian disse ter notado – diferentemente de outros eventos industriais realizados no Brasil – maior interesse de pequenos e médios empresários pela robótica, demonstrando interesse em buscar possíveis aplicações dos robôs em suas empresas. “Este pode ser um sinal de que o mercado brasileiro está caminhando para maturidade”, comentou.