
(23/10/2022) – A economia brasileira teve uma queda de 1,13% no último mês de agosto, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br).
O índice, que é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), foi divulgado pelo BC na última segunda-feira, 17. Em 12 meses, o crescimento acumulado é de 2,08% e, contando apenas este ano de 2022, de 2,76%.
A pesquisa mostra que, em agosto, o IBC-Br atingiu 143,97 pontos. Quando comparado ao mesmo período no ano passado, houve crescimento de 4,86%. No acumulado de 12 meses, o indicador também ficou positivo, em 2,08%.
Este levantamento tem o objetivo de avaliar e antecipar a evolução da atividade econômica brasileira, e de que forma isso influencia as decisões do banco sobre a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em 13,75% ao ano.
O índice leva em consideração os três setores de economia – a indústria, o comércio e serviços e a agropecuária –, além do volume de impostos. De qualquer forma, o indicador oficial é mesmo o PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os resultados do IBC-Br vêm oscilando desde o ano passado. Entre abril e maio teve queda; em junho e julho apresentou alta; e, agora, mais uma redução.
Para o professor de Mercado Financeiro da Universidade de Brasília (UnB), Cesar Bergo, a queda em agosto foi motivada pelo desempenho mais fraco de dois setores, a indústria, afetada pelo custo da energia e por problemas com a cadeia de suprimentos, e o agronegócio, que sofreu com os preços de fertilizantes e com uma quebra na safra causada por eventos climáticos.
Para o economista, porém, o resultado de agosto não deve afetar as projeções para o fim do ano, porque números mais recentes indicam uma reversão.
O Banco Central divulgou também no dia 17 o Boletim Focus. Os economistas consultados reduziram mais uma vez a estimativa de inflação deste ano, agora para 5,62%. Para o ano que vem, o IPCA deve fechar a 4,97%; em 2024 a 3,43%. A previsão para o PIB deste ano é de 2,71%. O dólar deve terminar 2022 valendo R$ 5,20, e a taxa básica de juros em 13,75%.