(23/10/2022) – Após um primeiro trimestre tímido em função da falta de componentes eletrônicos e de um segundo trimestre com alguma melhora, o terceiro trimestre do ano mostrou uma recuperação mais sólida do mercado automotivo brasileiro.
Na soma dos meses de julho, agosto e setembro, a produção de autoveículos foi de 665 mil unidades, 11,6% a mais que no trimestre anterior. O número inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Já as vendas cresceram 14,3%. As exportações, porém, recuaram 15,2%.
Segundo o levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a tradição de o mês de setembro não repetir os números de agosto, que é um mês mais longo e com menos feriados, também foi observada.
Na comparação de setembro com agosto, a produção de 207,8 mil autoveículos foi 12,7% menor, os emplacamentos de 194 mil acusaram recuo de 7% e as exportações, de 28,5 mil, caíram 39%.
“De qualquer forma, mesmo incluindo setembro, houve uma contínua evolução da média diária de vendas desde janeiro, atingindo 9,2 mil emplacamentos por dia útil, mesmo com as montadoras sofrendo ainda com a escassez de semicondutores”, afirma o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.
Leite salienta ainda que, quando comparados a setembro de 2021, todos os índices melhoraram: 19,3% de alta na produção, 25,1% nas vendas e 19,3% nas exportações. No acumulado do ano, houve ganhos na produção (6,3%) e nas exportações (31,2%), embora um leve recuo nos emplacamentos (4,7%).
O segmento com recuperação mais consistente é o de ônibus, com alta acumulada no ano de 63,6% na produção, 8,8% nos licenciamentos e 39% nos embarques para outros países.
O setor de caminhões, em contrapartida, mantém patamares muito similares aos do ano passado, quando teve robusto crescimento em função do agronegócio e da onda do delivery.
As máquinas autopropulsadas continuam a apresentar excelente desempenho. As rodoviárias tiveram no acumulado até agosto (há defasagem de um mês nos números) crescimento de 33% nas vendas e de 19% na exportação. Já as agrícolas registraram alta de 24% nas vendas no atacado e 11% na exportação.
