São Paulo, 25 de dezembro de 2025

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27/09/2022

Tupy decide fechar a fábrica de Mauá, no ABC paulista

(28/09/2022) – A região do ABCDM paulista deve perder mais uma fábrica. Depois da Ford, da Toyota, também a Fundição Tupy anunciou, na semana passada, que irá encerrar as atividades da unidade de Mauá no próximo dia 30 de setembro.

A fábrica, adquirida da Cofap em 1998, já chegou a ter mais de 1  mil funcionários, quando  produzia blocos de motor fundidos, mas desde 2017, quando desligou os fornos ,o número foi bastante reduzido. Atualmente, 220 operários realizam apenas operações de acabamento em blocos e cabeçotes, como os de rebarbação.

A Tupy ofereceu aos trabalhadores a possibilidade de transferência para as unidades de Joinville (SC) ou Betim (MG), ambas a mais de 500 km de Mauá. Um detalhe é que a maioria dos atuais trabalhadores tem estabilidade por motivos de saúde, seja por terem sofrido algum acidente de trabalho ou adquirido problemas de saúde em virtude dele.

Em comunicado dirigido ao Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, a empresa diz que “seguirá com a transferência das atividades remanescentes da planta de Mauá para as plantas localizadas nas cidades de Joinville e Betim. Todos os colaboradores que ainda atuam na operação receberam oferta de transferência para as unidades de Minas Gerais e Santa Catarina. A Tupy reforça que o sindicato e a empresa estão acompanhando e orientando os colaboradores de forma ainda mais próxima, neste momento de transição”.

Segundo o secretário administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Sivaldo da Silva Pereira, em entrevista ao Repórter Diário, não há o que o Sindicato possa fazer para reverter a decisão da empresa.  “O que pode ser feito é negociar como serão garantidos os direitos dos trabalhadores que têm direito a estabilidade e que não aceitarão mudar de estado”.

“A empresa alega que o custo em Joinville é muito menor, inclusive salarial e de benefícios. Nós aqui sempre tivemos uma condição melhor de salário, de PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Eles estão hoje ganhando muito mais produzindo nesses outros lugares”, disse o secretário ao Diário do Grande ABC.

De acordo com o sindicalista, cerca de 70 trabalhadores já aceitaram a transferência. Para estes, a Tupy oferece auxílio mudança, auxílio-aluguel limitado em R$ 1,5 mil durante três meses, bônus de um salário, hospedagem por até 30 dias etc. Aqueles que não aceitarem a oferta serão desligados. Quem for demitido vai receber, além da indenização, três salários mínimos, seis meses de convênio médico e seis vales-compra de R$ 1,2 mil cada.

A situação de alguns funcionários é bastante complexa. Abaixo, republicamos trecho de reportagem do Diário do Grande ABC que entrevistou alguns trabalhadores da Tupy, em Mauá.

“O clima na empresa é de apreensão. Vander Aparecido de Oliveira tem 45 anos, 19 deles de empresa. Ele trabalha como esmerilhador, que faz acabamento em blocos de motor. O funcionário diz que “alguns estão aceitando a transferência porque estão se sentindo pressionados, a empresa chega e diz: você vai ser transferido ou vai ser mandado embora. E aí? O cara acaba ficando com medo e aceita”.

Já Elias Alves é controlador de processo, tem 45 anos, 23 na Tupy. Ele aceitou a mudança, mas teme que a companhia não disponibilize o espaço que precisa ter para exercer sua atividade profissional. “Tenho estabilidade até a aposentadoria, pois manuseava benzeno. Hoje, não posso ter acesso ao chão de fábrica, pois tenho problema em ter contato com produtos químicos. Escolhi ir para Betim, até porque não consigo emprego fora daqui”.

Alves explica: “Sou reprovado em todo exame admissional pelo número baixo de plaquetas no sangue. Disseram que lá (na outra filial) vai ter uma sala para mim, um espaço semelhante ao que eu tenho aqui para eu trabalhar. Vão ver se vão cumprir isso lá mesmo… Será que vou ficar ao Deus dará? Aqui fico dentro de uma sala, será que lá ficarei também? Há outro rapaz que trabalha comigo que tem vários pinos na coluna. Se ele não trabalhar na sala, vai fazer o que?”, indaga”.

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