(25/11/2007) – Considerado até recentemente um nicho de ferramentas de alto custo e baixo consumo, o segmento de ferramentas de corte de PCD e CBN se encontra hoje entre os principais focos dos fabricantes mundiais de ferramentas. Os principais players do mercado têm se mobilizado para reforçar sua presença nesse segmento, seja adquirindo companhias especializadas na produção de ferramentas de PCD e CBN ou ampliando os investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
A Walter AG, por exemplo, que já contava com uma linha de PCD e CBN, ainda que reduzida, adquiriu há cerca de um ano a também alemã Werner Schmitt. A partir de então ampliou os recursos em desenvolvimento, em especial na área de alargadores, e colocou a nova linha em destaque no portfólio da empresa.
Na semana passada, parte desse estratégia de expansão no segmento de PCD e CBN aportou no Brasil. A Walter do Brasil inaugurou em Sorocaba (SP) o Regrinding Center, centro de reafiação de ferramentas específico para as linhas de PCD e CBN. “Trata-se ainda de um embrião das instalações que pretendemos ter até meados de 2008”, explica Edison Loureiro, gerente de Marketing da filial brasileira.
A princípio, equipado com uma retífica ótica, o centro estará em condições de reafiar somente alguns tipos de pastilhas e barras. No próximo ano, chegarão um balanceador dinâmico e uma máquina de eletroerosão a fio específica para a elaboração de perfis de PCD. Nessa primeira fase, serão investidos 2 milhões de euros (R$ 5,2 milhões). “Quando chegaram todos os equipamentos, não será apenas um centro de reafiação, mas também um centro de produção de ferramentas PCD”, informa Carlos Eduardo Baptista, diretor-presidente da Walter do Brasil.
Loureiro informa que desde o ano passado a filial já vinha desenvolvendo ações visando conquistar uma fatia do mercado brasileiro de ferramentas de PCD e CBN. “Como se trata de ferramentas de alto valor, os clientes preferem adquiri-las de quem possua estrutura para reafiar as ferramentas, alongando a vida útil das ferramentas”, informa. Segundo Loureiro, o investimento no centro de reafiação visa alavancar as vendas nesse segmento. Aliás, isto já está ocorrendo: a Walter acaba de fechar contrato de fornecimento para uma multinacional instalada no interior de Minas Gerais.
Por outro lado, Loureiro lembra que essa ação na área de PCD também se integra a estratégia estabelecida com a fusão realizada no início de 2007 com a Titex e Prototyp. “Hoje, oferecemos uma solução completa. Estamos em condições de atender cerca de 95% de todas as necessidades de usinagem de nossos clientes”.
De acordo com o gerente, um dos fatores que está impulsionando o uso de ferramentas de PCD no mundo é o aumento da usinagem de alumínio. “O PCD é a melhor opção para se usinar alumínio”, informa. Já o CBN vem conquistando mercado em outro segmento em expansão: a usinagem de materiais endurecidos.