(03/02/2007) – Estudo elaborado pela Serasa, com base nos demonstrativos contábeis de cerca de 10 mil empresas de capital aberto e fechado, mostra que de 2003 a setembro de 2006, as grandes indústrias ampliaram os investimentos em ativos fixos destinados a aumentar a capacidade produtiva e com isso incrementar o nível de competitividade de seus produtos.
Nas grandes indústrias, aquelas com faturamento líquido anual maior que R$ 50 milhões, o volume de investimentos em ativos fixos, revelou crescimento contínuo desde 2003 e foi equivalente a 7,6% do faturamento até setembro de 2006, maior percentual atingido no período do estudo. As cerca de 1.700 grandes empresas da amostra fizeram investimento de cerca de R$ 32 bilhões no imobilizado, até setembro, sem considerar os valores da Petrobrás, que investiu sozinha cerca de R$ 11 bilhões no mesmo período.
O segmento de Papel e Celulose se destacou no estudo com indicador de investimento de 26,9% das vendas até setembro/2006. Diante da demanda aquecida e da acirrada concorrência interna e externa, destinou grande parte de seus recursos à manutenção e ampliação das plantas industriais, visando consolidar-se como player de destaque no mercado globalizado.
Outro destaque foi o segmento siderúrgico que destinou o equivalente a 12,7% das vendas para investimento. O segmento foi beneficiado nos últimos anos pelos consecutivos aumentos da demanda interna e externa, com destaque para EUA e China, cujo aumento do consumo e o fato de as usinas brasileiras estarem operando próximo a sua capacidade plena, levou as empresas a destinar investimentos para expansão da produção.
O segmento Petroquímico revelou investimentos da ordem de 8,2% do faturamento líquido, destinados ao aumento da capacidade do processamento de insumos; a programas de segurança e meio ambiente bem como à manutenção das plantas operacionais.
Como contraponto, o segmento têxtil apresentou investimentos equivalentes a 1,9% do faturamento, devendo-se ressaltar a grande concorrência com os produtos asiáticos importados, que prejudicaram o desempenho das empresas.
As pequenas e médias empresas, aquelas com faturamento anual até R$ 50 milhões, apresentam investimentos equivalentes a 4,1% do faturamento até setembro/2006, bem inferior ao das grandes empresas. Dentre elas, o segmento químico foi o que apresentou maior nível de investimento com 6% das vendas, enquanto o menor foi o de alimentos, com 2,6%.
Historicamente, a menor lucratividade das pequenas e médias indústrias aliada aos juros elevados, dificultam o acesso ao crédito e inibem investimentos maiores. Da amostra total, as pequenas e médias empresas, que totalizaram cerca de 8.300 empresas da amostra, investiram mais de R$ 2 bilhões até setembro de 2006.
Fonte: Serasa – Análise de Crédito 24-01-2007