
(12/10/2014) – O primeiro dia de testes do trem de levitação magnética Maglev-Cobra, que está sendo desenvolvido pela Coppe (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia), da UFRJ, foi acompanhado de perto por cerca de 60 pesquisadores do Brasil e do exterior. A visita fez parte da programação da 22ª Conferência Internacional sobre Sistemas de Levitação Magnética e Motores Lineares – Maglev 2014. Os testes se estenderão até 2015, quando o veículo será inaugurado e passará a transportar alunos, professores, funcionários e visitantes do campus.
Em comunicado, o Instituto informa que a data “tem um enorme significado para a Coppe/UFRJ e para a pesquisa no Brasil”. Ao levitar e percorrer pela primeira vez a linha experimental de 200 metros que liga o Centro de Tecnologia 1 (CT 1) ao Centro de Tecnologia 2 (CT 2) da UFRJ, o Maglev-Cobra inseriu o Brasil no pequeno grupo formado pelos países detentores das tecnologias de levitação magnética até o momento: Alemanha, China, Japão e EUA.
O Maglev-Cobra é o primeiro veículo no mundo a transportar passageiros utilizando a tecnologia de levitação magnética por supercondutividade. A Alemanha e a China também já fazem experiências com essa mesma tecnologia, mas os seus projetos ainda se encontram em fase de testes em laboratório. Ainda não foram implantadas linhas de teste.
O projeto da Coppe já começa a fase de testes operacionais no nível 7 de uma escala de evolução tecnológica utilizada pela Nasa, que vai até 9. “Ao atingir a etapa seguinte, o projeto estará pronto para a industrialização”, adianta Richard Stephan. Segundo o professor da Coppe, na etapa atual de desenvolvimento o Maglev será conduzido por um piloto. Os pesquisadores do Lasup, no entanto, já estão trabalhando para que a próxima versão do trem circule de forma automática, sem a presença de um condutor.
“O início da fase de testes do Maglev-Cobra representa uma ruptura de barreira tecnológica para o Brasil. Esta nova etapa tornará esse projeto, que é adequado para o transporte urbano de passageiros, mais visível para a sociedade. O próximo passo será buscar parceiros para que o projeto entre em operação comercial”, afirmou o professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe/UFRJ.
De acordo com o coordenador do Maglev-Cobra, um dos próximos passos é a realização de testes em linhas maiores. “O Plano Diretor da UFRJ para a Cidade Universitária prevê a implantação de uma linha do Maglev Cobra ligando a estação do BRT da Ilha do Fundão até o Parque Tecnológico da UFRJ”, explicou Richard Stephan, que coordena o Laboratório de Aplicações de Supercondutores (Lasup) da Coppe.
Para desenvolver o projeto do Maglev-Cobra, a Coppe/UFRJ contou com financiamentos do BNDES e da Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro) e com o apoio da OAS, da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, da Vallourec, da White Martins, da Akzo Nobel e da Weg.