São Paulo, 29 de abril de 2024

31/08/2008

CNC: condições básicas para se escrever um programa-2

(*) Fernando Cassaniga

(31/08/2008) – Nesse segundo artigo da série sobre as condições básicas para se escrever um bom programa CNC vamos abordar o local de trabalho. Lembre-se que um programa é fruto de um trabalho técnico, intelectual e de criatividade, e o ambiente contribui para a qualidade do resultado.

Utilizar o comando CNC da máquina para edição de programas não é uma condição adequada. Primeiro porque existem máquinas com comandos CNC que não permitem a edição de programas no modo “Automático” (usinando), fazendo com que o operador tenha que parar a usinagem, para entrar no modo “Editor”. Neste perfil de máquina é completamente inviável esta tarefa.

A utilização de um equipamento de investimento relativamente elevado (a máquina) como um simples editor de programa é um erro grave. Máquina operatriz tem de estar o tempo todo “retirando cavaco”! É isto que agrega recursos financeiros ao investimento e pagamento de contas do setor.

Nesta situação, é indicado que o editor de programas do comando da máquina seja utilizado apenas para simples alterações de programas existentes na memória. Assim, deve-se ter como regra que programas devem sempre ser escritos em computadores externos, “nunca” no painel do comando.

A maioria das máquinas, permitem a edição de programas no modo “Automático” (usinando), fazendo com que o operador não tenha de parar a usinagem para esta ação. Mesmo assim, este não é o melhor local por vários fatores: normalmente o elevado nível de ruído dificulta a concentração; o local é desconfortável, o teclado não é ergonômico, provocando dores nos braços; normalmente a edição é feita em pé, provocando a fadiga das pernas.

Além disso, em geral, as áreas de usinagem têm problemas de luminosidade, o que dificulta na consulta a desenhos e normas, sem esquecer do calor, sujeira, riscos de acidentes e outros fatores externos que causam desconforto e estresse.

Existem ainda outros fatores negativos, como o fato de permitir que o programador seja interrompido para resolver assuntos gerais de outras máquinas, quebrando sua concentração. Sem contar a dificuldade na localização de informações sobre a usinagem a ser programada (desenhos, normas, materiais etc.). E ainda não há como abrir folhas de desenhos em formatos de tamanho grande, e muito menos local onde fixá-los de forma conveniente.

Vale lembrar que, no chão-de-fábrica, o programador estará coberto por uma armadura denominada “EPI”. Aliás, os departamentos de segurança das empresa necessitam modernizar-se sobre a real necessidade de determinados EPIs, como, por exemplo, num setor de usinagem onde todas as máquinas são fechadas – evitando a presença de partículas em suspensão – para que a obrigatoriedade de se usar óculos de segurança? Apenas para desconforto e fadiga do trabalhador!

Portanto, o melhor local para a escrita de um programa é um escritório. Que seja mais longe possível da área de usinagem. Isto para que não ocorram interrupções com objetivo de solucionar problemas não apropriados para o momento. E, claro, deve-se utilizar um computador com um editor de texto compatível com a linguagem do comando.

No escritório, as condições deverão ser as mais tranqüilas possíveis, no que se refere a: silêncio, sentado na postura adequada, com mesa e cadeira confortáveis, temperatura agradável, luminosidade ótima, longe de telefones, e principalmente longe de tudo que possa causar desconcentração, estresse e cansaço.

** Esta série de artigos continua na próxima semana, com a publicação da terceira parte.

(*) Fernando A. Cassaniga é instrutor de treinamento da Heller e autor dos livros: “Fácil Programação do Controle Numérico” e “Fácil Programação do Controle Numérico Fanuc”. Site:

www.cnctecnologia.com.br

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