(27/04/2014) – A Romi está concluindo as negociações para a venda do primeiro centro de usinagem fabricado pela Burkhardt + Weber – fabricante alemã de máquinas que pertence à empresa brasileira desde o início de 2012 – no mercado brasileiro. O nome do cliente (um prestador de serviços para o setor de óleo e gás) ainda não pode ser divulgado. A negociação antecipa em quase um ano as expectativas da Romi quanto à comercialização de máquinas B+W, de alta tecnologia, para empresas que atuam no mercado brasileiro.
Essa análise se baseava no pouco conhecimento do mercado nacional sobre a tecnologia da B+W no País, condição que deve ser alterada com a inauguração na semana passada da célula FMS (sistema flexível de manufatura), instalada dentro da UF-15 da Romi, em Santa Bárbara d´Oeste (SP).
A célula é composta de três centros de usinagem horizontais MCX 900 (um deles com cabeçote e eixo C, para usinagem de cinco lados da peça), de grande porte (de 35 a 40 t cada), duplo pallet e mesa de 800 x 1.000 mm. As máquinas contam com magazine (carrossel) para 390 ferramentas. A célula é complementada por um sistema de alimentação automática com 152 pallets (para peças) e outros 160 (para dispositivos), além de robô de manipulação para alimentação e retirada de peças e dispositivos. O sistema pode operar em três turnos com mínima interferência do operador.
A Romi investiu cerca de R$ 15 milhões na célula FMS. O objetivo é o de ampliar a flexibilidade da produção. O conjunto reduz os tempos de set-up para quase zero. Na nova célula serão produzidas 152 peças diferentes para toda a gama de produtos da Romi. Com isso, a empresa pretende aumentar a produtividade, melhorar a qualidade e reduzir custos de produção. “Esse sistema vai nos permitir inclusive trabalhar com lotes unitários”, diz Hermes Lago, diretor de Comercialização de Máquinas da Romi.
Paralelamente, com a instalação da célula FMS, a Romi visa também demonstrar a tecnologia da B+W para os clientes brasileiros. “Será uma vitrine das máquinas da B+W. É muito mais simples trazer os clientes a Santa Bárbara do que levá-los à Europa ou a algum país asiático para demonstrar as máquinas em operação”.
CDT – A célula FMS foi apresentada sexta-feira passada durante a inauguração do CDT – Centro de Difusão de Tecnologia que contou com a presença de cerca de 200 clientes nacionais e estrangeiros da Romi. Com área de 510 m² e 14 máquinas, o CDT foi instalado em área contígua à UF-16, onde são montadas as máquinas-ferramenta.
Mais que um showroom, será voltado a demonstrações, treinamentos e workshops, além de testes de usinagem. Resultado de investimento de cerca de R$ 4,5 milhões, o novo espaço conta com 4 salas de treinamento.
Hermes Lago explica que cada máquina vendida pela Romi dá direito ao cliente a duas vagas nos cursos oferecidos pela empresa. “O treinamento é parte integrante do produto”, diz, explicando que em 65% dos casos os clientes utilizam o serviço, especialmente quando se trata da compra de uma máquina com mais tecnologia que as que já possuíam. “Em média, 50 pessoas por semana participam de nossos treinamentos. Ou seja, treinamos mais de 2 mil profissionais por ano em nossas instalações”.
