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24/11/2013

Ao comprar máquinas é preciso olhar além da planilha

(24/11/2013) – Ao iniciar o processo de aquisição de uma máquina, na maioria dos casos, os responsáveis pelo processo de compra criam uma planilha Excel e a alimentam com dados dos equipamentos colhidos em folhetos de diversos fabricantes. Embora seja esta a ferramenta dominante em todo o mundo, pode não ser a mais eficiente para comparar máquinas.

É o que afirma David Ward, especialista em centros de usinagem da Makino América, que esteve na semana passada no Brasil, participando do seminário “Encontro Tecnológico”, promovido pela fabricante de máquinas e a Bener, sua representante no Brasil. No evento, apresentou a palestra “Tecnologia Construtiva de Máquinas-Ferramenta e Equipamentos”.

Para o especialista, a comparação de máquinas via planilha tem alguns inconvenientes. “Muitas vezes os fatores-chave que têm impacto significativo na produtividade da máquina não são colocados na planilha”, diz. “Além disso, algumas características muito destacadas nos folhetos, infelizmente, são enganosas numa planilha”.

Usinagem-Brasil – Quais os principais pontos que o cliente deve considerar ao adquirir uma máquina? Por quê?

David Ward – A compra de uma máquina-ferramenta é um grande investimento para qualquer empresa. Em média, na América do Norte, uma máquina-ferramenta permanece em serviço de 15 a 17 anos. Assim, o processo de escolha é uma decisão importante, pois o empresário irá conviver com aquele equipamento por longo tempo. A razão para a compra de uma máquina geralmente é simples: a empresa precisa de bens de capital adicionais para atender as suas necessidades de produção. Eu sempre quero entender quais fatores são importantes para uma empresa em sua escolha da máquina. E descobri que estes fatores diferem de acordo com a experiência da empresa no passado. Se a máquina-ferramenta anterior parava frequentemente para reparo, isto que pode indicar que confiabilidade ou serviço são os fatores-chave da decisão. As empresas que produzem com nível de tolerância apertado tendem a se concentrar na precisão da máquina. Esses fatores variam para cada empresa e em cada compra.

Usinagem-Brasil – Em geral, qual é o procedimento na maioria das empresas no processo de aquisição de máquinas e como deveria ser?

Ward – A maioria das empresas utiliza procedimento similar na seleção de máquinas-ferramenta, que normalmente envolve a coleta de informações e folhetos de várias empresas fornecedoras e, em seguida, a inserção desses dados em uma planilha do Excel. A planilha é a ferramenta dominante, usada para comparar máquinas. Embora esta seja uma maneira eficiente de comparar produtos, tem alguns inconvenientes.

Usinagem-Brasil – Quais são esses inconvenientes?

Ward – Muitas vezes os fatores-chave que têm impacto significativo na produtividade da máquina não são colocados na planilha. Alguns exemplos são o eixo de rolamento ID, o tipo de guia linear e da largura. Características como estas contribuem para a rigidez da máquina. Dados como este podem não estar no folheto, mas o empresário deve pedir que sejam fornecidos. Algumas características muito destacadas nos folhetos, infelizmente, são enganosas numa planilha. Um exemplo disto é a velocidade de rosqueamento sincronizada. Ter uma velocidade mais rápida de corte, não significa que se pode fazer as peças mais rápido. O fator mais importante é a aceleração / desaceleração do spindle. A Makino incentiva os clientes a olhar para além da planilha: avaliar a estrutura fundida da máquina para conhecer a sua rigidez (isso afetará os custos de ferramentas); observar os sistemas-chave, como o spindle e o trocador de ferramenta, para entender a confiabilidade; olhar como a máquina gere os efeitos térmicos para manter a precisão no chá de fábrica. Há muito mais pontos a considerar do que os que são colocados em uma planilha típica.

Usinagem-Brasil – O preço é um item de grande importância no processo de compra em todo o mundo. Em sua opinião, qual o grau de importância este item deveria realmente ter?

Ward – Fico preocupado quando pergunto: “Quais são os três fatores mais importantes para a seleção de máquinas-ferramenta?” E me respondem: “Preço, preço e preço”. Embora o preço seja sempre um fator importante, não deve ser a única consideração. Acho que os clientes às vezes olham para o custo de forma errada. Quando o custo acaba em uma planilha, é quase sempre o custo de aquisição. Entendo que a melhor maneira de avaliação é quando se leva em conta o custo do ciclo de vida da máquina. Tipicamente, os custos de operação e manutenção de uma máquina excedem o custo de aquisição inicial. Uma máquina que reduz os custos de ferramentas, produz peças mais rápido e tem maior confiabilidade apresenta um valor global melhor do que uma máquina que custa menos no momento da aquisição. Ou seja, mais uma vez, é preciso olhar para além da planilha.

Usinagem-Brasil – No caso de um centro de usinagem horizontal, como deveria ser calculado o custo x benefício?

Ward – Há muito mais centros de usinagem verticais sendo vendidos globalmente, a cada ano, do que centros de usinagem horizontais. O custo de aquisição de um horizontal é maior, de modo que esta é, provavelmente, a razão principal. Em minha opinião, o prêmio de custo para um horizontal é facilmente justificável. Uma das principais razões é a utilização do spindle. Quando você compra uma máquina, você está pagando por ela em todos os momentos. No entanto, essa máquina só gera lucro quando o spindle está girando. A utilização do spindle em uma máquina vertical é geralmente baixa, variando de 55% a 65%. Sempre que a porta é aberta para mudar as peças ou alterar configurações é perdido tempo de produção. Um dos principais sistemas que é padrão na maioria dos centros de usinagem horizontais é o trocador de pallets. O trocador de pallets ajuda a impulsionar a utilização do spindle para 85% ou mais. O eixo B em centros horizontais proporciona maior acessibilidade às peças e pode reduzir o número de fixações necessárias para produzir a peça. Há muito mais custo x benefício na produção de peças em centros de usinagem horizontais. Recomendo para os interessados nessa questão que acessem, no site da Makino, o seminário digital sobre redução de custos intitulado “Lowering Your Costs by Going Horizontal”.

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