
(06/08/2025) – A Trumpf Brasil, filial da fabricante de máquinas de corte da Alemanha, encerrou o exercício fiscal 2024-2025 com aumento de 24% na entrada de pedidos. Na avaliação de João Visetti, CEO da Trumpf Brasil, essa alta é reflexo “da crescente demanda por sistemas inteligentes, automatizados e integrados, com as máquinas de corte a laser 2D continuando a ser o carro-chefe da empresa no país”.
Para o executivo, esta tendência é inevitável: “O futuro da indústria de produção está na tecnologia aprimorada e na inovação dos processos, seja porque essas soluções garantem maior eficiência, seja porque suprem a carência de mão de obra especializada. No final, tudo se resume a fazer mais com menos e alcançar maior produtividade.”
Visetti destaca ainda que a Trumpf consolidou sua participação nos mercados de corte a laser e dobra. “As TruLaser Série 1000 e TruBend Série 1000 abriram novos mercados. São dois produtos extremamente bem aceitos no segmento de entrada, por serem máquinas com preços acessíveis mesmo para pequenas empresas.”

Mas não só. As máquinas de alta produtividade, como a TruLaser 5000, e as de dobra automatizada (TruBend Cell 5000 e TruBend Flex Cell 7050) também ganharam relevância. “Somos competitivos no segmento de entrada, com a Série 1000 Basic Edition, no segmento intermediário, com a família 3000, e no segmento premium, com a Série 5000. Evoluímos nos três segmentos”, afirma.
Visetti destaca ainda que o ano fiscal também foi marcado pela venda do primeiro sistema automatizado para chapas de 6 x 2,5 metros no Brasil, um dos poucos no mundo. O sistema é composto por duas máquinas de corte TruLaser 3060 fiber de 24 kW, um sistema de alimentação automática e um armazém de grande escala STOPA.
O novo ano fiscal começou promissor, mas as tarifas recentemente impostas pelo governo norte-americano a vários países estão levando as empresas entrar em compasso de espera. “Assim que essas negociações se estabilizarem, vai haver uma reordenação do mercado. Ainda não conseguimos prever o impacto”, conclui.

Retração no mercado global – Os resultados preliminares do grupo Trumpf no mundo confirmaram as expectativas, apontando para uma retração nas vendas de 17% (€ 4,3 bilhões contra € 5,2 bilhões no ano anterior), com a entrada de pedidos recuando 7% (€ 4,2 bilhões contra 4,6 bilhões no ano anterior).
As vendas no mercado doméstico alemão caíram 15%, para cerca de € 700 milhões, mas a Alemanha se manteve como o maior mercado individual em termos de faturamento. Os EUA também registraram queda de 17% nas vendas, chegando a cerca de € 660 milhões. Na Ásia, apesar de uma redução de 22%, a China continuou sendo o mercado mais forte, com vendas de cerca de € 480 milhões.
Nicola Leibinger-Kammüller, CEO do Grupo Trumpf, comentou o cenário: “Não houve sinais de uma recuperação real no terceiro ano consecutivo de crise, seja econômica ou geopolítica. No entanto, acreditamos que já atingimos o ponto mais baixo. A entrada de pedidos e as vendas se estabilizaram no que, naturalmente, consideramos um nível excessivamente baixo”.
Diante dos desafios, a Trumpf implementou medidas claras para melhorar os lucros. Leibinger-Kammüller destacou que a revisão do quadro de pessoal, a redução de serviços externos e a contenção de novos investimentos em edifícios geraram uma economia impressionante de cerca de € 350 milhões, descrevendo o esforço como uma “cura drástica” que trouxe resultados positivos.