(23/07/2025) – O faturamento do Polo Industrial de Manaus pode ultrapassar US$ 44 bilhões em 2025, conforme dados do Painel Econômico do Amazonas (PEA), levantamento mensal do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam).
O valor representa quase 20% da demanda nacional por bens duráveis. Em 2024, as vendas da Zona Franca de Manaus totalizaram quase R$ 205 bilhões, o equivalente a US$ 38 bilhões.
A Zona Franca de Manaus abriga mais de 500 indústrias, incluindo a produção de diversos bens duráveis como motocicletas, aparelhos de ar condicionado, celulares e placas de circuito impresso.
Segundo o estudo, de janeiro a abril deste ano a demanda total por bens duráveis no Brasil foi de R$ 395 bilhões (US$ 67,5 bilhões), enquanto o faturamento das empresas do polo chegou a R$ 74,5 bilhões (US$ 13 bilhões).
“O PIM tem se consolidado como um pilar estratégico da indústria brasileira, com capacidade instalada, incentivos tributários e infraestrutura logística que dão segurança às operações industriais”, destaca André Ricardo Costa, coordenador de Indicadores do Cieam.
A indústria já responde por 47% da arrecadação de ICMS no Amazonas e lidera a arrecadação per capita federal no Norte e Nordeste, mantendo a indústria de transformação como a principal fonte de arrecadação do tributo. No acumulado do ano, a arrecadação já soma R$ 6,048 bilhões, evidenciando a força do setor na receita estadual.
O levantamento também detalha que, atualmente, 1.740 itens podem ser produzidos na Zona Franca usufruindo dos incentivos fiscais. Entre os principais produtos, estão motocicletas, aparelhos de ar-condicionado, celulares e placas de circuito impresso, que concentram os maiores volumes de produção e crescimento.
Motocicletas e aparelhos de ar-condicionado, por exemplo, têm apresentado expansão contínua desde 2022, com destaque para o desempenho recorde do segmento de refrigeração no início de 2024.
Quanto à recente decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, o impacto sobre o PIM deve ser mínimo, de acordo com o executivo da Cieam.
“Exportamos majoritariamente para países da América do Sul, como a Colômbia, e em volume muito pequeno para os Estados Unidos, especialmente motocicletas”, explica Costa. “Além disso, a maior parte dos insumos industriais vem da Ásia, o que nos protege de oscilações na relação comercial com os americanos”, explica Costa.