(26/06/2025) – Pesquisa divulgada pela CNI – Confederação Nacional da Indústria mostra que é crescente o número de indústrias que estão investindo em energias renováveis. O percentual de empresas que adotou esta alternativa deu um salto de 14% no ano passado: de 34% em 2023 para 48% em 2024. Ou seja, quase metade das indústrias brasileiras.
De acordo com a pesquisa, entre as indústrias que investiram em programas ou ações para o uso de fontes renováveis de energia, a autoprodução foi a principal estratégia (42%). Na avaliação dos pesquisadores essas empresas buscaram, sobretudo, reduzir custos (50%).
Certas facilidades, como custo de instalação, a possibilidade de utilizar o telhado de suas próprias instalações, entre outras, estão levando a uma procura crescente pela instalação de usinas solares pelas indústrias. Inclusive recentemente duas matérias publicadas aqui, no Usinagem-Brasil, informaram investimentos realizados por dois fabricantes de ferramentas, a Seco Tools, em Sorocaba (SP), e a Iscar do Brasil, em Vinhedo (SP).
Usinas Fotovoltaicas – A Onner Capital, que atua como dealer no Mercado Livre de Energia, também observou esse aumento da demanda por usinas fotovoltaicas pelas indústrias. Para complementar suas atividades, a empresa acaba de adquirir participação de 50% na EcoVerde Energia, empresa de Vinhedo (SP), especializada na instalação de usinas de energia solar, há sete anos neste mercado.
“A compra da participação na EcoVerde vem complementar nossa oferta de soluções para as indústrias que buscam reduzir seus gastos com energia. A instalação de usinas fotovoltaicas próprias reduz a exposição das indústrias às variações de preços da energia”, diz Anderson Sena, sócio-diretor da Onner Capital.
Sena lembra ainda que atualmente se encontra no Congresso Nacional uma Medida Provisória, a MP 1300, que – se aprovada – pode retirar subsídios hoje oferecidos no Mercado Livre de Energia. “Ainda que não seja aprovada uma perda total dos subsídios, pode ocorrer um aumento de 15% dos encargos obrigatórios e uma forma de se proteger e continuar economizando, seria investir em usinas fotovoltaicas”, informa.
Entre as vantagens da energia solar, o executivo reforça que o custo da instalação das usinas está cada vez mais acessível. Além disso, o mercado disponibiliza várias linhas de crédito para a instalação. Outro fator a ser considerado, é que por ser mais amigável ao meio ambiente a energia solar vai ao encontro das políticas de ESG.
De acordo com o Sena, “o ideal é que as indústrias façam previamente uma análise de viabilidade de investimento vs capacidade de geração de energia”. Caso a empresa já esteja no Mercado Livre de Energia, segundo ele, “é importante avaliar o contrato, pois no caso de grandes indústrias a capacidade do projeto de energia fotovoltaica pode atender de 20 ou 30% das necessidades, o que já representa um grande ganho em economia, além de reduzir a exposição às variações de tarifas”.
O especialista observa que, para uma análise prévia são necessários uma conta de energia e o contrato do Mercado Livre de Energia (caso a empresa já esteja no MLE).
“Vale lembrar que o investimento em placa fotovoltaica o cliente pode ter uma taxa de retorno de até 1.9 ao mês”, acrescenta.
Outra informação importante é que a EcoVerde desenvolveu um projeto para indústrias de baixa tensão, batizado de Geração Distribuída Energy Poupe. Com esse projeto a empresa consegue atender empresas pequenas e médias que não têm espaço para instalar suas próprias usinas. Nesse caso, a EcoVerde adquire ou aluga áreas onde instala usinas fotovoltaicas e comercializa a energia gerada para as indústrias participantes do projeto.