(05/06/2025) – Segundo estudo realizado pelos consultores Gregori Boschi, sócio da Boschi Inteligência de Mercado (BIM), e Carlos Cogo, sócio da Cogo Inteligência em Agronegócio, o ano de 2025, que começou com instabilidades no ambiente econômico, já começa a sinalizar uma retomada relevante em um setor vital para a economia brasileira, o mercado de máquinas e equipamentos agrícolas.
Diretamente ligado ao desempenho do agronegócio, o setor projeta crescimento em 2025, após a retração detectada em 2024.
Os principais fatores que deverão impulsionar este salto são a safra recorde de grãos – estimada em 322,4 milhões de t, a maior da história -, o aumento da agricultura de precisão, a expansão do mercado de bioinsumos e a adoção crescente de drones.
Assim, para 2025, a expectativa é de um crescimento entre 3,5% a até 6% no PIB da Agropecuária (“dentro da porteira”), impulsionado ainda por fatores como a recuperação dos preços de diversas commodities, elevando a renda dos produtores, e as condições climáticas mais favoráveis, beneficiando a produção agrícola.
Quanto à produção de máquinas, projeta-se um crescimento de 7% em tratores, enquanto colheitadeiras devem registrar uma leve retração de 1,9%, e pulverizadores autopropelidos uma queda de 2,9%.
Com base ainda nesses fatores, as projeções até 2030 apontam para um cenário que mantém dinâmicas distintas entre os segmentos.
A produção de tratores deve manter trajetória de crescimento, impulsionada pela adoção de novas tecnologias e pela necessidade de renovação da frota, que se encontra defasada.
Esse movimento deve ocorrer mesmo com o crédito mais caro e os juros altos, refletindo a importância desses equipamentos na produtividade agrícola.
Mas, no caso das colheitadeiras, a expectativa é de retração, impactada por três fatores principais: avanço da automação, adiamento das decisões de compra diante de juros elevados e exigências regulatórias mais rigorosas, como o MAR-II, previsto para 2030.
Os pulverizadores autopropelidos também tendem a apresentar queda gradativa, à medida que a adoção de drones agrícolas inicia, ainda que timidamente, um processo de substituição tecnológica.