(01/06/2025) – A indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou desempenho positivo em abril. A receita líquida de vendas atingiu quase R$ 25 bilhões, com alta de 9% em relação a abril de 2024 e de 4,8% sobre março de 2025 (com ajuste sazonal), anulando a queda registrada no mês anterior (-4,7%).
De acordo com a Abimaq, esse resultado foi impulsionado pela melhora tanto no mercado doméstico quanto nas exportações, que cresceram 6,8% e 1,4%, respectivamente. Com isso, a receita líquida total do setor acumulou alta de 13,4% no período de janeiro a abril, comparado ao mesmo período de 2024 – o que, na avaliação da Abimaq, reflete não apenas a base fraca de comparação, mas também da resiliência de segmentos menos sensíveis ao aperto da política monetária.
O mercado doméstico movimentou R$ 18,6 bilhões em abril, com aumento de 14,7% sobre abril de 2024 e 6,8% em relação a março (ajustado). No acumulado do ano, o crescimento foi de 17,1% frente ao mesmo período de 2024, com ligeira desaceleração frente ao desempenho até março (17,9%).
Mercado Externo – As exportações somaram US$ 1,04 bilhão em abril, com crescimento de 1,1% em relação a março, mas ainda 12,9% abaixo de abril de 2024. No acumulado do ano (Jan-Abr), as exportações recuaram 7,8% frente ao mesmo período do ano anterior, agravando a queda observada até março (-5,7%).
Apesar disso, cinco dos sete grupos setoriais registraram melhora em abril, com destaque para máquinas para logística e construção civil e máquinas para bens de consumo (alimentos, bebidas, madeira e ginástica). As exportações para a América do Sul cresceram 10,7%, com destaque para a Argentina (+48,8%), enquanto a China aumentou suas compras em 107,5%, tornando-se o 8º destino do setor.
Por outro lado, as exportações para a América do Norte recuaram 22,7% no acumulado do ano, embora tenham crescido 41,6% em abril. Os Estados Unidos, principais compradores, ainda acumulam queda de 22,4% em 2025.
Importações e Consumo Aparente – As importações mantiveram a trajetória de crescimento, somando US$ 10,4 bilhões no quadrimestre, alta de 11,8% em relação a 2024, a maior da série histórica para o período. Apesar da desvalorização de 16,7% do Real frente ao Dólar, a queda nos preços médios das máquinas importadas (-6,8%), entre outros fatores, viabilizaram o aumento do quantum importado (+19,6%).
Em abril, o consumo aparente de máquinas e equipamentos cresceu 10% frente a março (ajustado), 16,3% na comparação anual e 21,6% no acumulado de 2025. Contudo, 48% do consumo foi suprido por importações, ante 46% em 2024, demonstrando perda de competitividade da indústria nacional.
A participação chinesa nas importações saltou para 33%, ultrapassando com grande folga os Estados Unidos e a Alemanha, consolidando-se como principal origem das máquinas e equipamentos comprados pelo Brasil.