(11/05/2025) – A Expomafe 2025 abriu as suas portas no último dia 6 de maio, no São Paulo Expo, às voltas com várias questões que reforçavam o quadro de incertezas econômicas – tarifaço, guerra comercial EUA x China, perspectiva de novo aumento da taxa de juros, entre outras. O ambiente era de certa apreensão. Os potenciais clientes viriam ao evento em bom número? Haveria uma boa geração de negócios?
Não demorou muito e, já no segundo dia do evento, boa parte das dúvidas pareciam dissipadas, com corredores e estandes tomados por um bom número de visitantes. Aquela apreensão deu lugar a uma onda de otimismo, ainda que moderado, que serviu para oxigenar o ambiente. Mesmo o anúncio de aumento na taxa Selic em 0,5% – ocorrido nesse mesmo segundo dia – não foi suficiente para contaminar o ar do pavilhão de exposições. Ou, como disse um de nossos entrevistados: “Esse aumento já estava precificado”.
De acordo com Rodrigo Teixeira, diretor da GRV Software, a Expomafe mostrou a resiliência do mercado brasileiro, mesmo em um momento de economia instável, indicando a continuidade do crescimento da indústria. Um dos destaques no estande da empresa era o Diagnóstico de Produtividade que a GRV está realizando com empresas de usinagem. “Nosso objetivo é conseguir 1 mil empresas participantes em um ano. Aqui já conseguimos 500 leads, ou seja, metade da nossa meta”.
Recém-chegado dos EUA, onde está baseado, Lilian Barraud, responsável pelos negócios da Blum-Novotest nas Américas, diz ter ficado muito satisfeito com o ambiente da Expomafe e com a animação dos visitantes, muito difernete do quadro que vivenciou nos Estados Unidos em abril. E fez a seguinte observação: “nas feiras anteriores, 60% das visitas ao nosso estande podiam ser classificadas como ‘curiosidade’. O que se nota nesta edição é que esse quadro se inverteu e agora a maioria dos visitantes veem para discutir projetos”.
“Viemos para a feira com uma expectativa apenas razoável, isto devido aos nossos lançamentos e nos surpreendemos com o movimento – apesar da taxa de juros”, comentou Carlos Alberto Buono, diretor da Vitor e Buono. O executivo destacou o nível técnico dos visitantes e o interesse em fechar negócios. “As máquinas de eletroerosão ProMill, recem-lançadas, que estavam em exposição foram vendidas. Fizemos bons negócios tanto na área de máquinas como de acessórios”.
Bruno Watanabe, diretor-geral da subsidiária brasileira da Open Mind, também se mostrou bastante satisfeito com as visitas ao estande da empresa, onde estava sendo lançada a versão 2025 do software HyperMill. “Em dois dias de feira atingimos o mesmo volume de negócios obtido na Feimec, no ano pássado”, afirmou.
“Viemos com uma expectativa boa, mas formos surpreendidos. Fechamos negócios desde o primeiro dia, com clientes grandes, médios e pequenos. A feira foi ótima”, comentou Ricardo Lerner, diretor da Bener. Segundo ele, um dos destaques no estande foi o torno da Nakamura-Tome, apresentado pela primeira vez na feira, por sua capacidade, mesmo sendo a máquina de entrada da linha da fabricante japonesa. “Destaque também para o segmento de estamparia, que até aqui estava com projetos represados, o que indica bons negócios na área de prensas nos próximos meses”.
Para Luiz Cassiano Rosolen, presidente da Indústrias Romi, a feira foi boa, dentro das expectativas da empresa, com muitas visitas qualificadas. Em sua opinião, porém, na Plástico Brasil – feira realizada há pouco mais de um mês – os clientes pareciam mais animados. “Aqui, os clientes parecem mais apreensivos, provavelmente tentando entender o impacto da guerra de tarifas em seus negócios”, disse, explicando que apesar disso os negócios aconteceram, pois os clientes têm bastante trabalho e estão precisando de novas máquinas, o que pode ser comprovado com os dados de utilização da capacidade produtiva na indústria.
Com três estandes na Expomafe – Haas Automation, Máquinas e Soluções e JFY -, o Molgroup chegou ao evento com uma expectativa positiva, o que acabou se confirmando ao longo do evento, segundo Mariano Molinari, CEO do grupo. “Vemos otimismo no mercado brasileiro. Os clientes estão com projetos de investimento, com foco na produtividade e em busca de serviços técnicos e automação, que é o que viemos apresentar no evento”.
Dirk Huber, diretor da filial brasileira da Junker, classificou a feira como muito boa, com visitas muito qualificadas e muitas oportunidades de negócios. “Recebemos muitos representantes das áreas técnica e comercial de indústrias que vieram discutir projetos em andamento e também novos projetos”, disse, acrescentando que “o mercado está aquecido com muitos projetos encaminhados e vários outros em estudo que devem ter início no próximo ano”.
“Muito satisfatória”, ressaltou Walter Strebinger, diretor da Quimatic. Segundo ele, passaram pelo estande um número de representantes de indústrias bem acima do esperado, gerando vários agendamentos de visitas para o pós-feira. “Ainda bem que reunimos aqui um grupo de técnicos, 14, de várias regiões do Brasil, pois recebemos visita de todo os estados, do Amapá ao Rio Grande do Sul, e de praticamente todos setores de atividade”.
Alessandro Alcantarilla, diretor-geral da Blaser Swisslube do Brasil, considerou a feira boa. “Fizemos bons contatos e bons negócios, incluindo aqueles a partir de nossos parceiros que comercializaram máquinas no evento”, disse. Em sua avaliação, os clientes estão demonstrando vontade de investir, mas ainda estão receosos diante das incertezas econômicas nacionais e internacionais.
David Jacob, gerente de Desenvolvimento de Negócios Latam da Tornos, qualificou a feira como muito boa. “No primeiro dia tivemos poucas visitas, mas todas muito qualificadas. Já nos dias seguintes aumentou o movimento e a qualidade se manteve”, disse. “Fechamos negócios aqui que já estavam encaminhados, mas estamos saindo daqui com boas perspectivas sobre projetos que nasceram na feira”.
“Aqui no evento fizemos contatos com empresas importantes nas quais vínhamos tentando entrar há um bom tempo e agora já estamos com visitas agendadas”, comemorou Beatriz Portugal, diretora química da All Lubrificantes, inclusive na área de regeneração de óleo, um dos serviços prestados pela empresa. Lembrando que a All estava estreando na Expomafe, disse: “aqui os usuários puderam conhecer nossa equipe técnica, nossas soluções e vamos sair daqui com várias visitadas agendadas”.
Para João Carlos Visetti, CEO da Trumpf do Brasil, o movimento em seu estande “foi ótimo, até porque sempre nos preocupamos em trazer novidades”. Este ano, a empresa apresentou duas novidades, a TruLaser 3060 Bevel Cut Edition e a TruBend 7050 com Flex Cell. “Iniciamos uma série de negócios na feira e também concretizamos alguns”, informou, avaliando que o mercado está bem animado, em parte – pelo menos no segmento de corte a laser – como reflexo do bom volume de negócios realizados na Agrishow. “Isto deu um ânimo no mercado, principalmente entre os prestadores de serviços”.
“A Expomafe nos proporcionou bons contatos e muito interesse pela nossa máquina”, disse Ricardo Bortolucci, diretor da Divisão de Máquinas-Ferramenta do Grupo JTEKT no Brasil, referindo-se ao centro de usinagem horizontal FH630SX-i, que pela primeira vez estava sendo exposto no Brasil. Segundo o diretor, a feira foi uma oportunidade de reforçar a divulgação do Grupo JTEKT, formado pela junção das marcas Toyoda e Koyo (fabricante de sistemas de direção e rolamentos), que está trazendo muita sinergia aos negócios da área de máquinas.
Já para Denilson Misiti, novo diretor-geral da Mapal do Brasil, a feira foi fantásica, em especial pelo movimento no estande e pela qualificação dos visitantes. “Recebemos clientes grandes e pequenos, muitas visitas do setor automotivo, que nos trouxeram oportunidades, inclusive em empresas que ainda não atendíamos”, disse. “Abrimos portas aqui”.
“Já no terceiro dia do evento atingimos nossa meta de vendas”, informou Ismael Andrade, coordenador de Vendas da Schunk Intec BR. Em sua avaliação, o estande recebeu muitos visitantes bem qualificados, interessados em adquirir produtos para a melhoria de seus processos. “Muitos leads daqui da Expomafe certamente vão se transformar em bons negócios no médio prazo”, disse, destacando ainda o sucesso dos podcasts ao vivo realizados pela empresa durante o evento.
Segundo Duarte Alves, diretor da Okuma Latino Americana, a feira atendeu aos objetivos da empresa, com bom volume de visitantes qualificados que permitiram dar continuidade a alguns projetos e iniciar novos, inclusive com a possibilidade de fechamento de um deles no curto prazo. A empresa aproveitou o evento para expor o centro de usinagem horizontal MB 5000 H2, com spindle de 20 mil rpm, equipado com o novo comando OSP-P500 e o software Turn-Cut, que possibilita a realização de operações de torneamento em centros de usinagem.
Conforme Carlos Rezende, diretor de Vendas da Gesac do Brasil, participar de feiras é fundamental para empresas que estão entrando no mercado, caso da Gesac, que chegou ao País há 5 anos. “Nossa expectativa é a de tornar nossa marca e nossas soluções mais conhecidas do mercado bradileiro e atingimos esse objetivo”, observou. “Saímos daqui com a conquista de novos clientes e muitas visitas agendadas. Vamos aproveitar o pós-feira para concretizar as chances que nos foram oferecidas aqui”.