
(27/02/2025) – O governo federal pretende investir R$ 112,9 bilhões para impulsionar o desenvolvimento de tecnologias de interesse para a área de defesa nacional, como lançadores de foguetes, radares e satélites.
Deste montante, R$ 79,8 bilhões serão constituídos de recursos públicos e R$ 33,1 bilhões virão do setor privado. Os projetos estão ligados à Missão 6 do programa Nova Indústria Brasil (NIB).
O NIB é uma política industrial com seis missões relacionadas à ampliação da autonomia, transição ecológica e modernização do parque industrial. É focada nos setores da agroindústria, saúde, infraestrutura urbana, tecnologia da informação, bioeconomia e defesa.
O programa visa impulsionar o desenvolvimento da indústria nacional até 2033 com instrumentos como subsídios, empréstimos com juros reduzidos e ampliação de investimentos.
No total, a indústria brasileira já conta com R$ 3,4 trilhões em investimentos públicos e privados anunciados.
De acordo com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que coordena o NIB, houve um significativo crescimento da indústria em 2024, assim como a ampliação das exportações.
“A indústria em geral cresceu, no ano passado, 3,1%, e a indústria de transformação, 3,7%, o dobro da média mundial”, diz Alckmin. “Já as exportações da indústria de transformação somaram US$ 189 bilhões, também um valor recorde”.

Apenas na área de defesa, estratégica para a indústria nacional, segundo Alckmin, o Brasil exportou em 2024 US$ 1,8 bilhão, aumento de 22% em relação a 2023, quando as exportações já haviam somado US$ 1,5 bilhão, crescimento expressivo de 123% diante de 2022.
Só para a Missão 6, dos R$ 79,8 bilhões em recursos públicos, R$ 42,1 bilhões já foram alocados em 2023 e 2024 e R$ 37,7 bilhões estão disponíveis até 2026. Os investimentos incluem o PAC Defesa, com R$ 31,4 bilhões para projetos como o caça Gripen, o cargueiro KC-390, viaturas blindadas, fragatas e submarinos.
Já o investimento privado de R$ 33,1 bilhões será dividido entre os setores aeroespacial e defesa (R$ 23,7 bilhões), nuclear (R$ 8,6 bilhões) e segurança e outros (R$ 787 milhões).
A Finep também investe em projetos estratégicos, como o reator multipropósito brasileiro e o foguete de decolagem para veículos hipersônicos, com R$ 4,2 bilhões já investidos e previsão de mais R$ 331 milhões.
Missão 6 da NIB – De acordo com o MDIC, a Missão 6 visa fortalecer as cadeias produtivas de satélites, veículos lançadores e radares, definidas como prioritárias com base na existência de capacidades locais construídas, potencial de geração de exportações de alta intensidade tecnológica e de geração de empregos qualificados.
A meta é alcançar 55% de domínio das tecnologias críticas para a defesa até 2026, e 75% até 2033. Atualmente, o Brasil domina 42,7% das tecnologias críticas, definidas a partir de lista de 39 projetos estratégicos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.