São Paulo, 29 de abril de 2024

17/08/2008

União de Lean Manufacturing e do Six Sigma potencializa resultados

(*) Sinval Daffre

(17/08/2008) – Lean Manufacturing e Six Sigma são duas iniciativas poderosas que trazem para as organizações enormes retornos, financeiros ou não. Mas, desde a sua criação até recentemente, eram filosofias aplicadas separadamente. E por que não trabalhar em conjunto, como complemento, para potencializar o resultado alcançado individualmente? Primeiro, convido você, leitor, a avaliar cada um dos métodos e resultados.

Há 10 anos, muitas empresas brasileiras iniciaram a jornada para entender e aplicar os conceitos de Lean Manufacturing – que se centra, principalmente, na eliminação de desperdício, padronização e flexibilidade – espelhados no benchmarking Toyota. Os treinamentos vivenciais e práticos, como a famosa fábrica utilizando peças de Lego, foram aplicados nas empresas e o conceito de manufatura enxuta começou a tomar corpo. As ferramentas e iniciativas da Produção Enxuta, utilizadas na sua totalidade ou parcialmente, começou a trazer resultados medidos pelos indicadores e gerenciados pelo trabalho em células de produção.

No Lean Manufacturing, os esforços de aplicação começam no chão de fábrica; no entanto, a filosofia e as ferramentas são igualmente aplicáveis em áreas não-produtivas, como desenvolvimento de novos produtos, logística, distribuição, “supply chain management”, finanças, atendimento aos clientes, entre outros.

Já o Six Sigma, iniciativa que começou a ser praticada principalmente por empresas nos anos 90 para melhorar os negócios, traz todo um conhecimento e utilização de ferramentas estatísticas, aplicadas de uma forma sistemática, com conceitos de “data driven” e atuação no COPQ – custo da má qualidade para redução de custos e melhoria da satisfação dos clientes. Além disso, atua basicamente no conhecimento da variabilidade de um processo, com foco não somente em processos produtivos, mas nos principais processos do negócio.

Com o Six Sigma, toda a organização é colocada sob um microscópio. A metodologia e as ferramentas estatísticas fornecem estrutura, disciplina e uma progressão lógica para atingir melhorias consideradas como saltos quânticos, e não somente como melhorias contínuas.

Agora, respondo à questão colocada no início do texto: algumas empresas que aplicavam uma ou outra iniciativa separadamente, vislumbraram o potencial oferecido pela fusão das duas iniciativas, o Lean Six Sigma, e passaram a aplicar a iniciativa. Os resultados colhidos são redução dos desperdícios e custos, otimização dos processos e melhoria da qualidade.

O uso do Lean Manufacturing identifica oportunidades que devem ser tratadas de forma mais profunda – e assim utiliza-se o Six Sigma, na busca das ‘causas raiz’ de problemas recorrentes e complexos e solucionando-os. Já a metodologia Six Sigma levanta pontos nos processos de fabricação que devem ser tratados por ferramentas que agilizem a operação e dão robustez aos processos – e assim utilizam-se os conceitos e ferramentas do Lean Manufacturing.

Durante a tarde dedicada a Manufatura & Qualidade do Congresso SAE Brasil 2008, a ser realizado nos dias 7 a 9 de outubro, acontecerá um fórum, em que Ford Motor Company Brasil e a ZF apresentarão “cases” sobre a aplicação simultânea das duas iniciativas, cada uma complementando a outra. A iniciativa tem contribuído para a melhoria da competitividade global de produtos e serviços das duas empresas.

(*) Sinval Daffre é chairman do Comitê de Manufatura do Congresso SAE Brasil 2008

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