(04/02/2024) – Em 2023, o setor de máquinas e equipamentos registrou seu recorde em exportações, com faturamento de US$ 13,95 bilhões, 14,6% acima do ano anterior. Apesar disso, o setor fechou o exercício com queda de 11% nas receitas, muito impactado pela retração do mercado doméstico, que caiu 15,4%.
De acordo com a Abimaq, que apresentou o balanço do setor na semana passada, existia uma expectativa entre os fabricantes de que os últimos meses de 2023 seriam de recuperação, o que acabou não ocorrendo. “O fechamento do ano veio mais fraco do que o esperado, com queda acima do previsto”, disse Cristina Zanella, diretora de Competitividade, Economia e Estatística da entidade. O faturamento de dezembro, por exemplo, foi 22,4% menor que o do mesmo mês do ano anterior.
Enquanto praticamente todos os segmentos representados pela entidade registraram retração no mercado interno, com exceção de Componentes e Logística, todos os segmentos apresentaram alta nos negócios no mercado externo. Uma das explicações para este fato – principalmente levando-se em conta que o mercado mundial em 2023 não estava exatamente comprador – é que as empresas do setor não mediram esforços para buscar negócios no exterior, visando compensar a queda interna.
Os setores que apresentaram melhor desempenho nas exportações foram os de máquinas para infraestrutura e indústria de base, máquinas para construção civil e máquinas para transformação de metais. O volume de negócios cresceu na maior parte do globo, segundo a Abimaq, “mas os mercados com maiores participações no crescimento foram os Estados Unidos, o México, o Canadá, a Suíça e o Paraguai”. O mercado da América do Norte respondeu por 36,7% das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos em 2023, sendo que as vendas para os Estados Unidos responderam por 28,6% do total das exportações.
Importações – No campo das importações também houve crescimento. O volume atingiu a marca de US$ 26,76 bilhões, com alta de 7,2% sobre o ano passado. Com isso, o déficit na balança comercial do setor ficou em US$ 12,81 bilhões, praticamente igual ao registrado no ano anterior. Os setores com maior taxa de crescimento foram os de máquinas para os setores de petróleo, energia renovável e máquinas agrícolas.
China, EUA, Alemanha e Itália lideraram o ranking das origens das máquinas e equipamentos importados. De acordo com a Abimaq, a China – mesmo tendo registrado queda na participação nas importações nacionais de máquinas e equipamentos (de 27,9% em 2022 para 26,2% em 2023) se manteve como a principal origem das importações. “Em 2023 houve ganho da participação dos bens com origens nos EUA e Alemanha, que cresceram para 18,7% e 13,3% respectivamente. Dos Estados Unidos e da Alemanha, além dos componentes, são adquiridos em maior proporção as máquinas utilizadas na indústria de transformação de metais”, informou a entidade.