(26/11/2023) – Os fabricantes de motores diesel planejam um crescimento de até 15% em 2024, após o período difícil provocado pelas mudanças de motorização para o Euro 6, que elevaram os preços dos caminhões e ônibus de 15% a 30% e prejudicaram substancialmente as vendas.
Foi o que afirmaram, em tom otimista, José Eduardo Luzzi, presidente da MWM, Amauri Parizoto, diretor de Vendas e Mercado Aberto da FPT Industrial e Adriano Rishi, presidente da Cummins, durante o Congresso AutoData Perspectivas 2024, realizado na semana passada em São Paulo.
“O represamento das vendas foi ainda agravado pelo crédito escasso e pelos juros altos, combinação que derrubou a produção em até 40% e as vendas em até 20%”, disse Luzzi, da MWM. “Mas para 2024 estimamos um aumento da produção de caminhões em 15% e, de ônibus, em 10%”.
O executivo afirmou que o programa Caminho da Escola deverá continuar puxando o segmento de ônibus, principalmente porque 2024 é ano de eleições municipais. Segundo ele, as encomendas para o programa deverão, por isto, concentrar-se no primeiro semestre.
Para Parizoto, da FPT, o setor da construção deverá ser o que mais puxará as vendas de motores, que deverão crescer 10% em 2024. A expansão esperada para caminhões e ônibus é de 8% e de tratores 5%, depois de queda neste mesmo porcentual este ano.
“Acreditamos que para nós haverá aumento de um e não de dois dígitos, como é aguardado para os veículos pesados, já que participamos do mercado com aplicações mais específicas”, pontuou Parizzoto, acrescentando que a perspectiva para as máquinas agrícolas, um segmento importante para a FPT, também é de retomada, embora as vendas nesta área sempre dependam dos juros e do acesso ao crédito.
Por seu turno, Rishi, presidente da Cummins, revelou que a empresa driblou o impacto da crise exportando 15% do volume de produtos acabados para o México, os Estados Unidos e o Canadá, países para onde já exportava componentes. Para 2024 a perspectiva é de incremento de 15%:
“Mas é preciso lembrar que, como tivemos uma queda muito grande, a base é debilitada”, ressalvou. “Fica fácil crescer depois desse tombo. O fato é que ainda não voltamos para a base de 2022”.