(05/11/2023) – Uma pesquisa realizada pela CNI – Confederação Nacional da Indústria com associações empresariais e indústrias brasileiras mostra que, para o setor, a prioridade na agenda externa do país deve ser a rápida conclusão do Acordo Mercosul-União Europeia.
Foram ouvidas na consulta 104 entidades e 222 empresas brasileiras exportadoras. Nada menos do que 78% associações setoriais e 76% das empresas defendem o fechamento do acordo com os europeus.
O Acordo Mercosul-Canadá também foi apontado como prioritário pela maioria dos respondentes, mas com ênfase um pouco menor. A necessidade deste acordo foi indicada por 59% das entidades e por 51% das empresas.
“A consulta aponta claramente para a necessidade de se fortalecer a agenda comercial entre os quatro países do Mercosul e avançar no relacionamento com parceiros estratégicos”, diz a gerente de Comércio e Integração Comercial da CNI, Constanza Negri. “Isso ampliaria nosso comércio exterior e contribuiria para o aumento da atividade econômica no país”.
De acordo com Negri, tendo em vista a alta participação de bens de maior valor agregado na pauta exportadora para o Mercosul, as vendas externas para os países do bloco já promovem importante impacto na economia brasileira.
“Para ter uma ideia, em 2022, cada R$ 1 bilhão exportado para o Mercosul rendeu 24 mil empregos, R$ 550,8 milhões em massa salarial e R$ 3,7 bilhões em produção”, ilustra a executiva da CNI.
Os empresários industriais parecem estar cientes deste fato. No entanto, para 89% das associações de indústria e 63% das empresas consultadas, o comércio de bens deve ser priorizado não só pelo Brasil, mas pelos outros três países do Mercosul, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai.
Neste sentido, 69% das instituições e 61% das indústrias avaliam que medidas de facilitação de comércio devem ser adotadas para aprofundar e modernizar a agenda interna do Mercosul, mas de modo a também prepará-lo para negociações proveitosas com eventuais novos parceiros econômicos.
Apenas 9% das entidades e 2% das empresas concordam que os atuais mecanismos institucionais de diálogo do Mercosul permitem uma participação ativa do setor privado, o que consideram negativo.