São Paulo, 21 de dezembro de 2025

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21/10/2023

Presidente eleito da CNI defende incentivos para a “neoindustrialização”

(22/10/2023) – O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Ricardo Alban, eleito no começo deste mês o novo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), cargo que assumirá no próximo dia 31, defendeu no 8º Congresso da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), realizado em São Paulo na última segunda-feira, 16, a participação mais ativa do governo no processo de reindustrialização do país, principalmente na forma de incentivos e financiamentos direcionados.

“Subsídios, sim, se quiserem, embora esta palavra tenha se tornado quase pejorativa no país”, disse Alban, que abriu o segundo painel de debates do encontro, “Estratégias para ganhos de produtividade”. “Só que ninguém reclamava de subsídio na época que deu grande impulso ao agronegócio. Nenhum setor na história do Brasil foi mais subsidiado do que o agro no início da sua pujança. Isso fez mal ou bem?”.

De acordo com o dirigente empresarial, o Brasil, caso queira se reindustrializar, terá de se alinhar com os países mais avançados no segmento industrial, todos fortemente dependentes, segundo explicou, de programas de subsídios governamentais, que funcionam dentro de rígidas políticas fabris.

“O governo da Índia subsidia com fartura a sua indústria de placas fotovoltaicas. A Coreia do Sul, a fabricação de semicondutores. A União Europeia, o Canadá, também subsidiam suas indústrias”, afirmou. “Os Estados Unidos não só não têm nenhuma vergonha de usar o termo subsídio, como vêm aumentando o dispêndio nessa área. O governo americano vai dar para a indústria este ano uns 40% a mais de subsídios do que em 2022”.

Alban, no entanto, disse que estes subsídios têm de ser empregados de maneira inteligente, dentro de uma política que buscasse não a reindustrialização do país, mas o que ele chamou de “neoindustrialização”, que também estaria sendo perseguida pelos países mais desenvolvidos.

“Os incentivos têm de apoiar os setores industriais tecnologicamente mais modernos, estimular a economia verde, ajudar a formação de profissionais especializados, como engenheiros, a comprar equipamentos, a reduzir as desigualdades regionais na área fabril”, enumerou. “Enfim, ser o esteio de uma política industrial moderna, que não temos de fato há tanto tempo. A última política efetiva que tivermos foi nos anos 1970, quando os governos militares – sem querer fazer nenhuma apologia à ditadura – disseminaram as ‘brás’, a Siderbras, a Eletrobras etc. De lá para cá, não tivemos mais um planejamento industrial digno deste nome”.

MÃO DE OBRA – A baixa produtividade e competitividade da indústria brasileira do ponto de vista da pouca qualificação da mão de obra foram debatidas no painel do congresso a partir da exposição de Getúlio Marques Ferreira, secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação. Para Ferreira, este problema existiria também muito em função da ausência de uma política industrial, ou mesmo de uma política macroeconômica, no país.

“Se não tiver gente para fazer, não há inovação, nem produtividade”, advertiu o secretário. “Mas é preciso antes detectar em que áreas, exatamente, estão faltando mais profissionais qualificados. Não temos esse mapa no Brasil”.

De acordo com Ferreira, o Ministério da Educação está tentando reverter esta situação reunindo representantes de todos os ministérios da República em uma espécie de fórum permanente, para levantar os setores mais carentes de profissionais qualificados e desenvolver maneiras de supri-los.

“Hoje podemos dizer que está havendo muita cooperação entre os setores da economia no âmbito da formação educacional e profissional”, afirmou Ferreira. “Isso, aliado a uma política industrial bem montada, pode ser a chave não só para o aumento da produtividade do país, como também da inovação. Mas também em áreas de serviços que geram muito dinheiro, como o turismo”. (Texto: Alberto Mawakdiye)

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