São Paulo, 12 de outubro de 2024

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17/10/2023

Crescem as vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias

(15/10/2023) – As vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias (Linha Amarela) cresceram em agosto (o mais recente balanço divulgado pela Anfavea) em relação a julho. No caso das máquinas agrícolas, a alta foi de 23,3% em vendas e de 0,8% nas exportações. Já no caso das rodoviárias a expansão foi de 25,6% nas vendas e de 35,5% nos embarques.

Alexandre Bernardes de Miranda, vice-presidente da Anfavea, observa que esses resultados foram obtidos apesar do fato de – no caso das máquinas agrícolas – o agronegócio venha enfrentando alguns desafios nos últimos meses, como o clima e, em especial, a queda do preço das principais commodities – de 8% a 25%, o que se reflete diretamente no apetite dos agricultores em investir em novos equipamentos. Isto, em sua avaliação, explicaria a queda de 10% na comparação com o período janeiro-agosto de 2022.

“O mercado não vem girando como gostaríamos. Acredito que esse aumento em agosto esteja ligado ao aumento dos estoques nos nossos distribuidores”, comenta. “Vale lembrar também que estamos comparando com uma base alta: 2022 foi um ano excelente para o setor de máquinas agrícolas. Assim, levando isto consideração, podemos dizer que 2023 está sendo um ano ‘interessante’ para o setor”.

Máquinas Rodoviárias – Bernardes diz que o ‘fenômeno’ do aumento dos estoques dos distribuidores também explica parte do crescimento recente nas vendas de máquinas da Linha Amarela. E, assim, como no caso das máquinas agrícolas a base de comparação também é muito forte: “2022 foi um ano excelente, de recorde de vendas”.

O executivo destaca os números das vendas externas, apesar da queda nos embarques para a Argentina, o principal destino das exportações brasileiras. As vendas externas não só registraram uma alta expressiva em agosto como também já estão superando em 11.3% os números do mesmo período (jan/ago) de 2022.

“O que muita gente talvez não saiba é que o Brasil é o único país do Hemisfério Sul que possui um parque fabril de máquinas de construção, inclusive com a produção de modelos que só são fabricados aqui. Somos base exportadora, temos empresas aqui que exportam para o mundo todo – América do Norte, Europa, África… E as exportações tendem a crescer”.

Bernardes frisa que “um desafio nosso é propiciar às empresas aqui instaladas a possibilidade de exportar cada vez mais. A Anfavea vem trabalhando na questão da competitividade do produto brasileiro junto ao governo – não só de máquinas agrícolas e rodoviárias, mas também de automóveis, caminhões e ônibus”.

Alerta – Porém, segundo ele, o que está ocorrendo é o crescimento da entrada de produtos importados, tanto máquinas agrícolas como rodoviárias – especialmente tratores – de empresas sem base de produção no Brasil. Isso num momento em que o governo lançou um programa tão importante para a indústria nacional, como é o caso do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento.

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, destaca que o PAC era muito aguardado pelo setor de máquinas rodoviárias. “Porém, a gente percebe que várias licitações estão sendo vencidas por empresas que não têm assistência técnica no Brasil, não geram empregos aqui… Recentemente alguns editais foram vencidos por empresas que sequer são conhecidas no Brasil e isso de fato é uma preocupação para as pessoas, para a sociedade e não só para os fabricantes. Se queremos industrializar o país, fortalecer a pesquisa e o desenvolvimento local, gerar emprego, temos de olhar para essa questão, principalmente com o lançamento do PAC”.

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