(20/08/2023) – A Universidade de São Paulo (USP) deve começar a operar, a partir do segundo semestre de 2024, a primeira estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável a partir de etanol do mundo.
A planta-piloto ocupará uma área de 425 m² na Cidade Universitária e terá capacidade de produzir 4,5 kg de hidrogênio por hora, suficientes para abastecer até três ônibus e um veículo leve.
A cerimônia de lançamento da planta aconteceu no último dia 10, e contou com a presença do governador Tarcísio de Freitas, representantes da universidade, da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e de empresas privadas envolvidas no projeto, como Shell, Raízen, Toyota e Hytron.
“É cada vez mais clara a importância da interação entre o governo, empresas, universidades e agências de financiamento para gerar inovação”, disse em discurso o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Jr. “Trata-se de uma maneira prática de tornar o Brasil um país mais inclusivo e desenvolvido do ponto de vista social e ambiental”.
O projeto veio no bojo da busca pela USP de soluções de baixo carbono e custo reduzido para o transporte pesado. A ideia é de que os veículos deixem de utilizar o diesel e os tradicionais motores a combustão interna para começar a usar hidrogênio produzido a partir do etanol e motores equipados com células a combustível (fuel cell).
O hidrogênio produzido na estação vai abastecer os ônibus cedidos pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), que circularão exclusivamente dentro da Cidade Universitária, e também um veículo Mirai, cedido pela Toyota, para testar o desempenho do hidrogênio no dia a dia.
No conjunto de equipamentos que serão instalados na estação haverá um reformador a vapor de etanol desenvolvido e fabricado pela empresa brasileira Hytron. É nesse equipamento que ocorrerá a conversão do etanol em hidrogênio por meio de processo químico, quando o etanol, submetido a temperaturas e pressões específicas, reage com a água dentro de um reator.
O etanol necessário para a produção do hidrogênio será fornecido pela Raízen, além da Shell, que realizou investimento de R$ 50 milhões.