(06/08/2023) – Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que as máquinas e equipamentos industriais do país têm, em média, 14 anos de uso, e 38% deles estão próximos ou já ultrapassaram a idade sinalizada pelo fabricante como ciclo de vida ideal.
A CNI ouviu 1.682 indústrias extrativas e de transformação e 356 empresas da indústria da construção. O setor de biocombustíveis é o que apresenta a maior idade média das máquinas, com 20 anos, seguido pela metalurgia (18 anos) e impressão e gravação (17 anos).
Os equipamentos com menores idades médias estão nos setores de manutenção e reparação (10 anos), informática, eletrônicos e óticos (11 anos), couro (11 anos) e vestuário e acessórios (11 anos).
Já a indústria da construção tem idade média de máquinas e equipamentos de 9 anos, menor do que as analisadas na indústria de transformação e na indústria extrativa.
“Esse cenário de envelhecimento das máquinas revela a necessidade de adoção de políticas públicas que estimulem a renovação e atualização tecnológica do parque fabril brasileiro”, afirma a diretora de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Lytha Spíndola.
Segundo ela, a política industrial anunciada pelo governo, que visa a transformação digital da indústria e a descarbonização da economia, entre outros objetivos, só será eficiente se levar em conta a idade média do parque industrial e como promover sua renovação.
A executiva lembra que o Plano de Retomada da Indústria, entregue pela CNI ao governo brasileiro, apresenta inclusive uma proposta de estímulo ao investimento – a adoção do mecanismo contábil chamado de depreciação acelerada, que poderia ajudar bastante no processo de renovação fabril.
Ainda segundo a pesquisa, da indústria de transformação os setores que mais precisam renovar as máquinas e equipamentos – seja por estarem no limite do ciclo de vida recomendado pelo fabricante, ou por já terem ultrapassado o limite – são os de metalurgia, com 52% de potencial de renovação; de manutenção e reparação, com 50%; e de veículos automotores, com 49%.
Com menor potencial de renovação, destacam-se as indústrias de produtos diversos (24%), o setor de móveis (25%) e o de plástico (27%).