(23/07/2023) – O setor de mineração planeja investir US$ 50 bilhões de investimentos até 2027. Deste total, cerca de 34% serão destinados à produção de minério de ferro, enquanto a bauxita deve responder por 10% do total e o cobre, 9%. Medidas socioambientais devem receber 13% dos recursos (mais de US$ 6,5 bilhões) e outros 9% serão empregados em logística.
Estão também previstos investimentos para a produção de outros minérios cruciais para a transição energética, como terras raras, titânio, vanádio, lítio, além de zinco e níquel.
De acordo com o levantamento do Ibram – Instituto Brasileiro de Mineração, o Estado do Pará deve receber a maioria desses investimentos, 32,1%. Em seguida, estão os estados de Minas Gerais, com 26,3%, e Bahia, com 23,6%.
Faturamento – A entidade também apresentou um balanço do primeiro semestre do ano, quando o setor faturou R$ 120 bilhões, com alta de 6% sobre o mesmo período de 2022, embora as exportações de minério de ferro tenham caído 9% em dólar.
“A perspectiva é que ao longo de 2023 o resultado dessa indústria se mostre mais favorável do que o registrado em 2022”, informa Raul Jungmann, diretor-presidente do Ibram. Em sua avaliação, o momento atual é favorável a se expandir, por exemplo, a produção e a consequente oferta de minérios cruciais para a transição para uma economia de baixo carbono e a de mitigação dos impactos das mudanças climáticas. São minérios, como terras raras, titânio, vanádio, lítio, zinco, ferro, cobre, bauxita e níquel. “Já há investimentos encaminhados nesse sentido”, afirma.
Os estados mineradores, à exceção do Pará, registraram elevação no faturamento com a atividade mineral no 1º semestre. O estado com maior faturamento, Minas Gerais, registrou alta de 12%, saltando de R$ 45,2 bilhões para R$ 50,5 bilhões. Já São Paulo teve aumento de 22%, passando de R$ 3,6 bilhões para R$ 4,4 bilhões. O crescimento no Mato Grosso foi de 19%, de R$ 2,9 bilhões para R$ 3,5 bilhões. A queda no Pará foi de 4%: de R$ 41,4 bilhões para R$ 39,8 bilhões, em razão da variação no total produzido no 1º trimestre, por causa de chuvas e outros fatores influenciadores da produção.
Segundo o Instituto, Minas Gerais ampliou sua participação no faturamento/país de 40% para 42% e o Pará observou redução de 37% para 33% na comparação entre os 1ºs semestres de cada ano.
Entre as substâncias minerais, o minério de ferro teve crescimento de faturamento de 3%, de R$ 68,3 bilhões para R$ 70,1 bilhões. Houve queda de 15,3% no preço do minério de ferro em relação ao 1S22. E também queda nos preços de todas as commodities minerais, exceto ouro (alta de 3,7%).
O cobre permaneceu estável com R$ 7,9 bilhões e o da bauxita foi de 18% (de R$ 2,6 bilhões para R$ 3,1 bilhões). Já o ouro apresentou decréscimo de 3%, com redução de R$ 11,6 bilhões para R$ 11,2 bilhões.
A indústria da mineração gerou, de janeiro a maio, quase 5 mil vagas. Retroagindo a janeiro de 2021, o total até maio deste ano supera 18 mil vagas diretas. Atualmente, o setor emprega mais de 206 mil pessoas e, indiretamente, são mais de 2 milhões de empregos.