(18/06/2023) – Um dos receios das empresas que participam de feiras é se, passado o calor do evento, os leads e os negócios discutidos serão mantidos no pós-feira. Nesse sentido, a Okuma está bastante satisfeita com os resultados obtidos na Expomafe: a empresa fechou a venda de um centro vertical Genos M560 durante o evento e concretizou novos negócios nas semanas seguintes.
“Saímos da Expomafe com duas semanas cheias na agenda de visitas, realizamos essas reuniões e convertemos alguns negócios. Os leads continuaram ativos e a carteira está oxigenada”, relata Duarte Alves, diretor-geral da Okuma Latino Americana. “O volume de trabalho está alto e a nossa engenharia está trabalhando em alguns projetos novos”.
Na avaliação do diretor, neste momento, o mercado está mais aquecido que o esperado, principalmente se levadas em consideração as estimativas feitas ao final do ano passado ou no início deste ano. “Mudaram as perspectivas. Temos bons projetos em negociação para este mês e vários outros com possibilidades de fechamento ao longo do segundo semestre”, acrescenta.
Porém, para o diretor, ainda é cedo para se falar em processo de retomada dos investimentos, pois existem muito “ses”. Ou seja, ela irá ocorrer “se a reforma tributária for aprovada”, “se a reforma for robusta”, “se o programa de ‘carro popular’ vingar”, e, principalmente, “se, com o arcabouço fiscal, as taxas de juros irão cair”. No entanto, hoje, a tendência é de melhora da economia.
Segmentos mais aquecidos – Mais uma notícia positiva é que os negócios estão sendo realizados com empresas de diversos setores da indústria. Além dos segmentos de caminhões e de máquinas agrícolas, que já estavam aquecidos, a Okuma está com projetos nas áreas de moldes e matrizes, de óleo e gás… “Pode-se dizer que só o automotivo ainda está mais devagar”, diz.
Na opinião de Alves, o Brasil precisa de uma política industrial mais robusta, “precisa manufaturar”. E cita ainda artigo recente de Daniel Randon “Urgência em reindustrializar”. No artigo, o presidente da Randoncorp afirma que mais do que uma promessa de governo, a reindustrialização do Brasil é uma necessidade premente. “O Brasil precisa com de uma política industrial com objetivos claros e de longo prazo, utilizando benchmarkings como China, Alemanha e Coreia do Sul, e assim aproveitar o potencial econômico do Brasil devido ao seu tamanho, recursos naturais, população e diversidade econômica”.
Para concluir, Alves faz questão de dizer que – embora a tendência seja de melhora do ambiente de negócios – não se espera um boom. “Se tivermos um bom segundo semestre, iremos registrar em 2023 um desempenho igual ao do ano passado”, afirma.