
(04/06/2023) – Embora o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha crescido 1,9% no primeiro trimestre de 2023 diante do quarto trimestre de 2022, a indústria registrou queda de 0,1% no trimestre.
Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o fraco desempenho industrial foi fortemente influenciado pelo elevado patamar da taxa básica de juros e pela permanência das condições financeiras restritivas, que afetaram a indústria especialmente no tocante às condições de crédito.
De qualquer forma, o resultado do PIB do país no período veio acima das projeções da Fiesp – que era de +1,3% – e do mercado (+1,2%), graças ao expressivo desempenho do setor agropecuário e pela resiliência do setor de serviços.
Com este crescimento no primeiro trimestre, a projeção da Fiesp é que o PIB brasileiro feche 2023 em 2,4%. Mas, para a entidade, a economia do país deverá perder fôlego nos próximos trimestres, de modo que o PIB deverá crescer apenas 0,5% no segundo trimestre.
No entanto, para a Fiesp, medidas de estímulo fiscal e a aprovação do “regime fiscal sustentável” podem contrabalancear as forças contracionistas, colaborando para uma trajetória de maior dinamismo da atividade econômica no restante do ano.
Ao contrário do PIB geral, a Fiesp projeta para a indústria um recuo de 0,4% em 2023. O também alto patamar das taxas de juros nas economias desenvolvidas, somado à desaceleração da atividade global, igualmente tendem a atuar como freios para a atividade nos próximos trimestres. O lento encaminhamento da Reforma Tributária é outro fator a prejudicar o setor.
O recuo industrial no primeiro trimestre caracterizou-se pelo desempenho heterogêneo entre os subsetores. Enquanto a indústria extrativa mineral e o setor de eletricidade, gás, água e esgoto cresceram 2,3% e 1,7% no primeiro trimestre, respectivamente, os segmentos de construção civil e indústria de transformação caíram 0,8% e 0,6%, nesta ordem.
A produção industrial continua 1,3% defasada em relação ao nível pré-pandemia e segue apresentando fraco dinamismo. Neste cenário, o PIB da indústria de transformação apresentou a terceira queda consecutiva e a sétima redução nos últimos dez trimestres.