(13/11/2022) – Segundo dados divulgados pela Fiesp, a produção industrial caiu 0,7% entre os meses de agosto e setembro. Em relação a setembro de 2021 houve uma alta de 0,4%. A queda, conforme informado pela Fiesp, está alinhada com as expectativas do mercado.
O resultado mensal foi puxado pela indústria de transformação, que caiu 1,3%. A indústria extrativa registrou crescimento de 1,8% no período. A Fiesp aponta que, com base nos últimos resultados, a atividade industrial segue defasada em 2,4% em comparação ao nível pré-pandemia (fev/2020).
Na variação acumulada em 12 meses, o ritmo de queda da indústria foi atenuado, passando de uma redução de 2,7% no período encerrado em agosto para 2,3% em setembro.
Na passagem do 2º para o 3º trimestre de 2022, a produção industrial caiu 0,3%. Esse resultado veio após três trimestres consecutivos de crescimento, apontando para um quadro de baixo dinamismo. Ainda com relação ao 2º trimestre de 2022, a indústria extrativa aumentou 0,2% e a transformação foi reduzida em 0,2% no trimestre encerrado em setembro.
A queda na atividade industrial na passagem de agosto para setembro refletiu nas quatro categorias econômicas e 21 dos 26 segmentos pesquisados. As retrações mais relevantes ocorreram nas seguintes áreas: produtos alimentícios (-2,9%), metalurgia (-7,6%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,6%). Por outro lado, entre as cinco atividades que apontaram avanço na produção, indústrias extrativas (+1,8%) e máquinas e equipamentos (+2,2%) foram os destaques.
Em relação às grandes categorias econômicas, na comparação com o mês anterior, as principais quedas foram observadas em bens de consumo semi e não duráveis (-1,4%) e bens intermediários (-1,1%), seguidos por bens de capital (-0,5%) e bens de consumo duráveis (-0,2%). No acumulado do ano, todas as categorias registram variações negativas, com destaque para bens de consumo duráveis (-5,3%), seguido por bens intermediários (-1,0%) e em menor escala bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-0,7%) e bens de capital (-0,5%).
Cadeias de fornecimento – De acordo com a Fiesp, é preciso cautela em relação às cadeias globais de fornecimento. O Índice de Pressão da Cadeia de Suprimentos Global (IPCSG), calculado pelo Banco Central de Nova York, mostra que, embora as pressões globais sobre a cadeia de suprimentos tenham diminuído, elas permanecem em níveis historicamente altos A tendência é de normalização das cadeias, a depender dos desdobramentos do conflito na Ucrânia.
Expectativas – Para os próximos meses, a expectativa da Fiesp para o desempenho da produção industrial é de desaquecimento. A projeção é de queda de 0,5% em 2022, podendo ser revista conforme os efeitos defasados do aperto monetário, a normalização das cadeias de suprimento global e o ritmo de desaceleração da economia mundial – fatores de atenção para a economia brasileira entre o final de 2022 e o ano de 2023.