
(23/10/2022) – Sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que a produção industrial brasileira caiu de 54,5 pontos em agosto para 49 pontos em setembro, depois de quatro meses de altas consecutivas.
A pesquisa revela, no entanto, que o emprego na indústria avançou pelo quinto mês consecutivo. O índice de evolução do número de empregados ficou em 51,4 pontos, um pouco acima da linha divisória de 50 pontos, que separa aumento de queda do emprego industrial.
A CNI ouviu 1.739 empresas, sendo 696 pequenas, 601 médias e 442 grandes, entre 1º e 11 de outubro de 2022.
De acordo com a pesquisa, outros indicadores também apresentaram desaceleração, embora seguindo em patamar elevado.
É o caso da intenção de investimento, que recuou de 1,6 ponto, para 57,4 pontos. Mas após a forte alta registrada no mês anterior, o índice permaneceu em patamar elevado frente à média histórica de 51,4 pontos.
A indústria mostrou-se também menos otimista em relação aos próximos seis meses, com queda nas expectativas de demanda, exportação, compra de insumos e contratação de empregados. Ainda assim, as expectativas permanecem no território positivo para os próximos meses.
Já a falta ou o alto custo da matéria-prima parece estar deixando de ser tão problemático como tem sido há mais de dois anos. O problema foi, no terceiro trimestre deste ano, bem menos sinalizado pelos empresários, atingindo 38,1% das empresas, 14,7 pontos percentuais abaixo do segundo trimestre, quando atingia 52,8% das empresas.
“Apesar da desaceleração da produção em setembro e das expectativas menos otimistas, a normalização da cadeia e suprimentos continua a ser um elemento central para a retomada do ritmo de produção industrial”, explica a economista da CNI, Larissa Nocko.
A elevada carga tributária se manteve na segunda colocação entre os principais problemas do setor industrial, atingindo 32,8% das empresas no terceiro trimestre de 2022.
Outros problemas apontados são taxas de juros elevadas e a demanda interna insuficiente, que atingem 24,9% e 24,7% das empresas, respectivamente. O acesso difícil ao crédito e o baixo lucro operacional são outros pontos negativos.