(02/10/2022) – Se no início do ano a Abimaq previa crescimento de 3,5% para a indústria de máquinas e equipamentos em 2022, os números do primeiro trimestre e dos últimos dois meses levaram a entidade a revisar suas projeções. A estimativa de receita do setor passa a ser negativa, de 2,9%.
De acordo com Cristina Zanella, diretora de Economia e Estatística da entidade, embora as exportações estejam em crescimento, as vendas domésticas – que representam cerca de 80% dos negócios do setor – estão abaixo do previsto. De janeiro a agosto, as vendas internas acumulam queda de 6,9%.
No mês de agosto, embora tenha crescido 10,2% na comparação com o mês anterior, as receitas líquidas do setor caíram 9%, na comparação com o mesmo mês de 2021. Nos últimos 12 meses, a queda total das receitas (mercado interno e exportação) é de 1,9%. Segundo a entidade, a queda no mercado interno é resultado “da fraqueza nas vendas de boa parte dos bens de capital de uso industrial. Até o mês de julho a produção da indústria de transformação medida pelo IBGE encolheu 2,0%”.
A Abimaq destaca, porém, que os setores relacionados ao agronegócio e construção civil mantêm desempenho positivo. No ano, a produção de máquinas para construção civil (Linha Amarela) cresceu 27,9%, enquanto o segmento de máquinas e implementos agrícolas manteve a estimativa de crescimento de 5% em 2022.
EXPORTAÇÕES – O mês de agosto registrou o melhor resultado para as exportações de máquinas e equipamentos desde outubro de 2012, totalizando US$ 1,26 bilhão. Na comparação com julho, o crescimento foi de 25,5%, anulando a queda de 3% registrada no mês anterior.
No acumulado do ano (jan/ago), as vendas externas do setor já somam US$ 7,9 bilhões, alta de 28,2% sobre o mesmo período de 2021. Em quantum (unidades físicas) o crescimento das exportações do período foi de 13,7%.
No ano, todos os segmentos registraram alta nas exportações. Os destaques são máquinas para construção civil, que saltou no acumulado de US$ 1,7 bilhão para US$ 2,4 bilhões (+27,2%), e máquinas agrícolas, que passou de US$ 914 milhões para US$ 1,2 bilhão em 2022 (+41,6%). Segundo a entidade, também chamou a atenção o forte crescimento das exportações de motores no grupo de componentes (+69%).
As importações também estão em crescimento, tanto na comparação mensal (16,8%) como na interanual (27,5%). No ano, as importações acumulam crescimento de 13,3%, totalizando US$ 15,9 bilhões ante US$ 14,07 bilhões no mesmo período de 2021.