(07/08/2022) – A ArcelorMittal anuncia a assinatura de acordo com os acionistas da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) para adquirir a empresa por um valor de cerca de US$ 2,2 bilhões.
A CSP é uma joint venture binacional formada pela brasileira Vale (50% de participação) e pelas sul-coreanas Dongkuk (30%), maior compradora mundial de placas de aço, e Posco (20%), 4ª maior siderúrgica do mundo e a principal da Coreia do Sul.
Localizada no Ceará, a CSP entrou em operação em 2016. Destaca-se no mercado por produzir placas de qualidade a um preço competitivo. A empresa possui um alto-forno com capacidade de 3 milhões de t e tem acesso ao Porto de Pecém, localizado a 10 km da usina. Ainda opera dentro da primeira Zona de Processamento de Exportação do Brasil, sendo beneficiada por incentivos fiscais.
“Não há dúvida que adquirimos um negócio moderno, eficiente, estabelecido e rentável, que irá melhorar ainda mais a nossa posição no Brasil e nos negócios de exportação nas Américas”, disse Aditya Mittal, CEO da companhia.
A compra da CSP beneficiará imediatamente a Arcelor em termos operacionais. A usina cearense permitirá ao grupo adicionar capacidade de siderurgia primária (incluindo redução direta de minério de ferro) e ampliar no seu portfólio a capacidade de laminação e acabamento.
Outro diferencial é a possibilidade de a Arcelor poder participar da formação do hub de eletricidade limpa e de hidrogênio verde de baixo custo, no porto de Pecém, um projeto que envolve a CSP e a Linde, empresa dedicada à produção de gases industriais e projetos de engenharia.
O plano é de se produzir até 5 GW de energia renovável e 900 kt/a de hidrogênio verde em diversas fases. A primeira fase, que a parceria atualmente espera estar concluída ao longo dos próximos cinco anos, tem como objetivo a construção de 100-150 MW de capacidade de energia renovável.
Com 16 instalações siderúrgicas ao redor do mundo, a ArcelorMittal é a maior produtora de aço do Brasil, mantendo usinas na Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, nas quais produz aços longos e planos. A empresa também atua no país nas áreas de mineração e geração de energia.
O fechamento da transação, no entanto, ainda está sujeito a aprovações corporativas e regulatórias. O acordo depende também da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que é esperada até o final de 2022.
