São Paulo, 25 de abril de 2024

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29/01/2022

Máquinas de corte a laser, um segmento em alta

(30/01/2022) – O mercado de máquinas de corte a laser esteve entre os que mais cresceram no setor de bens de capital no ano passado. Tanto empresas nacionais, quanto estrangeiras encontraram espaço para os seus produtos no mercado nacional.

Para as fabricantes, os altos custos (ou ausência) de matéria-prima e componentes, em sua maioria fabricados na Ásia, ainda são motivo de preocupação. O excesso de produtos asiáticos – em especial os de menor custo e que não atendem as normas de segurança – no mercado nacional também é um ponto bastante discutido pelas empresas deste segmento.

Já as importadoras têm os seus negócios diretamente afetados pelo alto custo do frete marítimo desde o início da pandemia. Na última semana, o Usinagem-Brasil conversou com alguns players do setor. Confira um breve panorama do mercado nacional.

Trumpf – João Visetti, CEO da Trumpf Brasil, conta que o ano fiscal (2021-2022) tem sido excelente. De acordo com ele, a empresa vendeu nos últimos seis meses o dobro de máquinas em relação ao ano fiscal anterior (2020-2021). A estimativa é fechar o ano fiscal corrente com crescimento de 50 a 60%. Atualmente, as vendas – segundo Visetti – englobam todo o portfólio da empresa, porém o carro-chefe é a máquina de entrada TruLaser 1000, que teve 20 unidades vendidas no último semestre. Outro destaque, além das máquinas, são os sistemas de automação.

Sobre a chegada de grande quantidade de máquinas chinesas no Brasil, Visetti pontua que há um grande problema em relação à segurança que esses produtos oferecem para os operadores: “O que me preocupa é que está todo mundo comprando, mas nem todo mundo está pensando muito antes de comprar. Nos últimos 16 anos, nós não tivemos nenhum acidente sério, nem fatal com máquinas de corte laser no Brasil. Porém, com a invasão de máquinas chinesas, foram registrados dois acidentes nos últimos três anos.”

Na opinião do CEO da Trumpf, o mercado tem lugar para todo mundo, porém é inadmissível que muitas máquinas fabricadas na China não atendam minimamente às normas de segurança globais ou nacionais, como a NR-12.

Visetti também aponta que a logística internacional, no momento, é uma faca de dois gumes para o setor de máquinas de corte a laser. Em sua visão, a falta de componentes e peças importadas geram demanda e estimulam a produção nacional. “Mas, por outro lado, temos máquinas paradas, nas fábricas da Alemanha e da China, que estão aguardando embarque. Os navios estão lotados e não há contêineres disponíveis. Então, por um lado gera demanda, mas por outro é um grande obstáculo”, afirma.

Na próxima edição da Feimec – que será realizada de 3 a 7 de maio – a Trumpf vai apresentar duas novas máquinas: a segunda geração da série 1000 e a quarta geração da TruLaser 3000 Fiber .“Ambas trazendo maior produtividade com menor custo de aquisição”, detalha o CEO. Em abril devem ser lançadas soluções na área de automação e software para fábricas inteligentes.

Welle Laser – No ano passado, a Welle Laser registrou faturamento 13% maior que o obtido em 2020. Para chegar a esse resultado, a empresa passou por uma reestruturação comercial.

De acordo com João Gabriel Nazaret, gerente Comercial Nacional e de Marketing da companhia, os quatro primeiros meses de 2020 foram muito difíceis porque a empresa estava adotando a estratégia errada. “Patinamos no volume de vendas, mas realizamos mudanças e fizemos acontecer. Passamos a entender melhor as demandas dos nossos clientes, adequando prazo de entrega, valor e forma de pagamento. Desta forma, alcançamos um recorde de vendas no segundo semestre”, conta. A meta prevista para o ano todo foi batida em apenas seis meses após a realização destas mudanças.

“É um mercado que compra de 80 a 150 máquinas por ano. Então, o mercado está aquecido e comprando. A Welle, uma empresa 100% nacional, com índice de nacionalização em torno de 85%, oferece qualidade similar a dos grandes players. Concorremos com empresas europeias. Apresentamos qualidade de componentes superior a muitas marcas chinesas. Cortar a laser todas cortam, mas há diferenças na qualidade dos componentes”, diz Nazaret.

Na opinião do executivo, a grande questão é que as empresas chinesas vêm para o Brasil apenas focadas nos preços, deixando a qualidade de lado. “O mercado brasileiro ainda está sendo educado em relação a isso. Alguns países europeus brecam essas ações por meio de leis ou incentivos às empresas”, argumenta.

A crise global, com altos custos de frete marítimo, alta nos preços de matérias-primas e ausência de componentes eletrônicos, afeta os prazos de entrega da Welle, que estão mais estendidos. Hoje os prazos de entrega variam entre 60 e 150 dias. “Nós temos trabalhado com muita transparência com os nossos clientes”, destaca o gerente. Os contratos com os clientes alertam sobre uma possível ausência de componentes ou outras ondas da pandemia de coronavírus. Como estratégia para evitar grandes atrasos nos pedidos, a Welle tem reforçado a parceria com seus fornecedores e organizando as suas vendas.

Atualmente, as máquinas de corte (de 6 a 12 kW) representam as vendas mais recorrentes e com maior ticket médio. As máquinas de marcação também são bem representativas, porém apresentam ticket médio menor. Em 2022, a Welle pretende aumentar seu faturamento de 25% a 30%.

Recentemente, a empresa se credenciou em uma nova linha de crédito, a Finep Inovacred 4.0, com taxas de juros menores do que as do Finame. Muitas máquinas da Welle estão sendo vendidas por esta linha.

PR2 – Han´s Laser – Há 16 anos a PR2 distribui máquinas da Han’s Laser no Brasil. Em 2021, a companhia obteve excelentes resultados no mercado de máquinas de corte a laser e cresceu acima de 30% em relação ao ano anterior. Para 2022, a expectativa é crescer de 10% a 15%.

“Muitas empresas estão procurando tecnologias de corte a laser, máquinas de alta potência e soluções de automação. Essas empresas estão buscando tecnologia, então disputamos as oportunidades de venda com marcas bastante conhecidas no mercado, sobretudo de origem europeia e japonesa”, detalha Enio Crispino, gerente de Vendas da PR2.

Como estratégia para alcançar sua meta em 2022, a PR2 vai receber duas máquinas laser de alta potência em seu showroom, localizado em Sorocaba (SP). “Isso possibilita que os clientes conheçam e realizem testes nas máquinas utilizando uma solução completa que permite o corte de diversos materiais utilizando ar comprimido como gás de processo. Esse é o nosso diferencial, oferecemos máquinas e periféricos que possibilitam o corte com eficiência e economia de insumo”, explica Crispino.

O custo final do investimento é apontado por Crispino como um dos principais entraves para o mercado de máquinas de corte a laser: “Uma situação que vem ocorrendo desde o ano passado é o aumento expressivo do frete marítimo e a disponibilidade de navios. Há uma expectativa de que os fretes voltem para valores mais racionais, mas os custos finais consideram os custos de importação mais o valor da máquina no país de destino, entre outros poréns”, contextualiza.

Além disso, há a questão das linhas de financiamentos, já que os consumidores finais dependem de aprovação. Também há os custos dos juros, acima da normalidade, e prazos muito apertados. “Nós buscamos alternativas para ajudar os clientes, mas de maneira geral isso é sempre um complicador quando o assunto é importação de máquinas”, diz o gerente de vendas.

Na opinião de Crispino, no quesito tecnologia, a importação se mostra necessária já que não há máquinas nacionais que atendam essa demanda. Em sua opinião, “os clientes sabem que, em se tratando de máquina de corte a laser, a solução sempre será a importação”, destacando a importância da renovação do regime de ex-tarifários, em dezembro de 2021.

“Há que se levar em conta que somente fazem jus ao ex-tarifário máquinas com potência igual ou maior a 12 kW. Então, máquinas de menor potência pagam imposto de importação, atualmente com uma alíquota de 12,6%. A meu ver, isso é um entrave e um contrassenso, afinal o Brasil não tem capacidade tecnológica e produtiva para oferecer máquinas também com baixas e médias potências de corte a custos competitivos e com alta eficiência. Anos atrás nenhuma máquina de corte a laser pagava imposto de importação, mas por pressão de um fabricante nacional passou a se ter tributação. Isso é prejudicial ao usuário final e precisa ser revisto”, finaliza Crispino. (Reportagem de Sheila Moreira)

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