(12/04/2009) – Como abordado no artigo anterior, há diferentes de maneiras de fazer um cavaco quebrar: a – quebra automática, como ocorre no torneamento de ferros fundidos; b – quebra contra a ferramenta; c – quebra contra a peça.
O tipo de quebra depende em parte da geometria da pastilha e da ferramenta e dos dados de corte. Algumas formas de quebra de cavacos podem apresentar desvantagens, o que normalmente pode ser compensado pela escolha da geometria ou dos dados de corte. Na quebra automática, se a vida útil da ferramenta não for aceitável, utilize um quebra-cavacos mais aberto, como parte da geometria da pastilha.
Na quebra contra a face de folga da ferramenta, o martelamento de cavacos pode ser desvantajoso e uma geometria diferente (quebra-cavacos mais justo ou mais aberto) pode ser melhor. Alternativamente, ajuste os dados de corte.
Na quebra contra cantos da peça, quando se emprega profundidades de corte grandes, pode ocorre quebra não satisfatória de cavacos e um menor ângulo de posição deve ser levado em consideração.
Materiais que geram cavacos pequenos precisam de pouco ou nenhum quebra-cavaco, ao passo que alguns materiais que formam cavacos longos precisam de quebra-cavacos projetados em função da geometria da pastilha, para deformar e forçar o cavaco a quebrar. A curva inicial do cavaco é, na maioria dos casos, insuficiente para forçar o cavaco a se quebrar no tamanho necessário. Em sua forma mais simples, um quebra cavacos é uma obstrução incorporada ao fluxos dos mesmo. Essa forma tosca tem muitas desvantagens e, em muitos casos, produz efeito negativo sobre o desempenho da usinagem.
Foram desenvolvidas diversas formas de quebra-cavacos para pastilhas prensadas, quebra-cavacos esses retificados em etapa posterior, antes das pastilhas modernas atuais. As modernas pastilhas intercambiáveis são uma combinação complexa de ângulos, planos e raios para a otimizar a formação de cavacos por meio de ação de corte, comprimento de contato, quebra de cavacos etc.
A maioria das pastilhas possui ângulos de saída positivos, combinados com inclinação negativa do porta-ferramentas, para promover boa formação de cavacos e ação de corte positiva. Fases primárias negativas de diversos tamanhos, dependendo da área de trabalho da geometria, são aplicadas para reforçar a aresta de corte. Dessa forma, o controle de cavaco é um dos fatores-chave, especialmente em torneamento e furação. O fresamento cria um comprimento natural de cavacos graças a menor área de contato. No mandrilamento, o controle de cavacos é vital devido ao limitado espaço dentro dos diâmetros que estão sendo usinados. Na furacão de alta performance, os cavacos precisam ter a forma exata, para que sejam escoados de maneira eficiente da zona de corte – qualquer congestionamento leva rapidamente à quebra da ferramenta.
O diagrama de quebra de cavacos para uma geometria de pastilha (baseado nas faixas recomendadas de avanço e profundidade de corte), em combinação com o material da ferramenta, é o fator-chave para a aplicação de pastilhas. O moderno programa de pastilhas inclui geometrias de corte para atender à maioria dos materiais de peças mais utilizados. Essas geometrias atenderão aplicações que variam do acabamento, semiacabamento ao desbaste, bem como usinagem de desbaste pesadas.
Dessa forma, o controle de cavacos é feito principalmente por meio de geometria de pastilha intercambiável em combinação com os dados de corte.
Continua na próxima semana com: Dados de Corte
(*) Extraído do Manual Técnico de Usinagem, publicado pela Sandvik Coromant