(26/04/2009) – A SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência quer aproximar o meio científico do setor empresarial brasileiro. Para tanto, a entidade acaba de criar comissão – integrada por 22 sociedades científicas – que terá a incumbência de mapear os principais gargalos da ciência brasileira em face aos desafios de inovação das empresas. O objetivo é produzir um documento que forneça diretrizes para a elaboração de políticas públicas industriais e de ciência, tecnologia e inovação (C,T&I).
A primeira reunião da comissão foi realizada na semana passada, na sede da SBPC, em São Paulo. O documento com as proposições tem prazo de um ano para estar concluído. Para tanto, serão analisados e discutidos estudos e pesquisas já disponíveis e também haverá workshops, promovidos pela SBPC com representantes de associações industriais, de órgãos do governo (incluindo agências fomento à pesquisa) e do setor financeiro. “A princípio, o documento contemplará as contribuições das ciências básicas e das engenharias, além da computação e da estatística”, afirmou o coordenador da comissão, o professor Roberto Mendonça Faria, do Instituto de Física da USP São Carlos. Faria participou da elaboração de um documento similar, organizado com a colaboração da Sociedade Brasileira de Física (SBF), que foi encomendado pela Capes com a mesma finalidade.
“Do documento da SBF saíram propostas que foram implantadas por órgãos do governo federal, a exemplo do Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), já instituído pelo Ministério da Ciência e Tecnologia”, afirmou o presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, na abertura da reunião. O Sibratec é uma espécie de rede temática de instituições de pesquisa públicas e privadas que está sendo construída para dar suporte ao setor privado, com vistas à promoção da transferência do conhecimento.
O presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp, lembrou que, apesar de ser fundamental para a sua competitividade, o Brasil ainda carece de planejamento na área de C&T adequado às necessidades do setor produtivo. A comissão criada pela SBPC é uma oportunidade para suprir essa lacuna, especialmente numa era em que a liderança dos países está mais do que nunca atrelada à economia do conhecimento. “A Capes está aberta a propostas que visem aumentar a competitividade da indústria nacional por meio da formação de mão-de-obra qualificada e adequada às necessidades do setor privado”, informou Guimarães.
A próxima reunião da comissão da SBPC ocorrerá no final de maio, quando será realizado o workshop com as entidades representativas da indústria.