Alberto Mawakdiye
(19/04/2009) – Um esplêndido mercado na área de energia pode estar se abrindo para as empresas de usinagem e de automação industrial. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), um total de 67 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) está sendo construído no País – grande parte delas pela iniciativa privada – e outras 152 já foram outorgadas pela agência, restando apenas tirá-las do papel.
Essas centrais, em conjunto, deverão agregar 3.367 MW aos 2.489 MW gerados pelas 333 PCHs hoje em operação. O total de energia, 5.856 MW, será só um pouco menor do que o do Complexo do Rio Madeira, ora em obras em Rondônia, cujas duas usinas, Santo Antonio e Jirau, responderão juntas pela geração de 6.450 MW.
Mas nada indica que a expansão deste segmento irá parar por aí – de acordo com o governo federal, o potencial total de geração de energia no segmento de PCHs no País é de 17 mil MW.
Um estudo do Centro Nacional de Referência em PCH (CERPCH), vinculado à Universidade Federal de Itajubá (Unifei), de Minas Gerais, dá conta de que há mais de 1 mil PCHs desativadas no território brasileiro – algumas, implantadas no começo do século 20 – que poderiam ser novamente colocadas em operação, via simples troca de equipamentos ou modernização de componentes e sistemas.
O interesse pela reativação (e a eventual repotencialização) dessas PCHs – várias delas implantadas dentro de antigas fazendas ou nas proximidades de pequenos municípios – pode crescer com a possibilidade dada hoje ao empreendedor de negociar créditos de carbono, caso o retrofite da pequena central traga benefícios ambientais.
A expansão das PCHs também interessa ao país..Além de servirem como reserva estratégica no sistema de geração de energia – papel já bem desempenhado por elas durante o chr38quot;apagãochr38quot; de 2001 -, as pequenas centrais provocam menor impacto ambiental, já que não podem formar lagos com mais de 13 km², sendo que a esmagadora maioria opera sem reservatórios, apenas com a água corrente.
De resto, o funcionamento de uma PCH é similar ao de uma grande usina: a força da água gira pás de turbinas que, ligadas a geradores, produzem eletricidade. Gerando no máximo 30 MW, suficientes para iluminar 6 mil residências de classe média, e por atenderem necessariamente áreas próximas, as perdas das PCHs em transmissão de energia também são menores, de 3%, contra os 10% nos grandes sistemas de transmissão brasileira.