(09/11/2008) – Não fosse o setor sucroalcooleiro – que está cancelando ou adiando a entrega de pedidos – e o setor de máquinas rodoviárias que pisou no freio, a indústria de máquinas e equipamentos não teria até aqui sentido os efeitos da crise global. Outros setores como papel e celulose, siderurgia e petróleo e gás estão mantendo os pedidos, com raras exceções.
Segundo o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, a crise ainda não chegou ao setor, mas certamente irá chegar. “Principalmente após as declarações infelizes da Vale e da Petrobras de que irão “segurar” investimentos”, disse Aubert. “Esses setores – petróleo & gás e mineração – afetam nosso setor diretamente”.
“Algumas pessoas deveriam ter mais cuidado com suas declarações, pois o medo é o pior conselheiro”, alertou Aubert, na semana passada, quando apresentou o balanço do setor de máquinas e equipamentos nos três primeiros trimestres de 2008.
De acordo com esses dados, até 30 setembro – os dados de outubro só serão divulgados a partir de 20 de novembro – pouco havia sido alterado nos números do setor. O faturamento do setor em setembro foi 15,78% superior ao de agosto. No ano, o setor acumula crescimento de 27,6%. A exceção fica por conta da queda no consumo aparente (produção interna + importação – exportação) que declinou 7,3% em setembro em relação a agosto. Na avaliação da entidade, essa redução se devia basicamente à diminuição do volume de entrada de máquinas importadas no País, que registrou em setembro número 9,3% menor que no mês anterior. “Nossa estimativa de um déficit de US$ 12 bilhões na balança comercial do setor este ano já está sendo rebaixada para US$ 11 bilhões”, afirmou.
“Em setembro, em termos de faturamento, os números estão sendo mantidos. A maioria das empresas está com a carteira de pedidos até dezembro/janeiro”, disse Aubert, lembrando que “o que temos de medir agora, a partir de outubro, é a entrada de novos pedidos”. Segundo Aubert, outro setor que deve ser afetado é o de máquinas agrícolas, já que os bancos passaram a represar o crédito, inclusive do Moderfrota. Além disso, também se espera que a queda do preço das commodities agrícolas no mercado internacional tenha reflexos no setor.