(19/10/2008) – Há quase dois anos, a Abimei – Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais vinha preparando a realização da Techmei, feira que se realizou na semana passada em São Paulo. As empresas importadoras compraram a idéia e compareceram em número bastante expressivo, investiram em estandes requintados, em alguns casos até mais vistosos do que os montados na Mecânica.
Nas semanas que antecederam a data de abertura do evento, porém, os ventos da crise anunciada, originada nos EUA, começaram a ser ouvidos cada vez mais fortes, atingindo um pico na semana anterior à realização da feira. Um dos efeitos da crise, a variação do valor do dólar, acertou em cheio os negócios dos importadores de máquinas. Resultado: corredores quase vazios e frustração dos expositores. Um deles lamentava: “os clientes não apareceram”.
“O mercado não parou, mas se reduziu drasticamente”, reconhecia Eduardo Rodrigues, diretor Comercial da Meggatech, explicando que a empresa continuou realizando negócios, porém em número bem inferior ao que vinha realizando nos meses anteriores. “Mesmo aqui na feira fechamos a venda de máquinas, inclusive de grande porte”, garantiu.
Durante a feira a Okuma também fechou negócios. A empresa comercializou dois tornos de pequeno porte para um fabricante de conexões de rosca. Pelo telefone, Alcino Bastos, gerente-geral da Okuma Latino Americana, e sua equipe também receberam a confirmação de que alguns negócios em curso estavam mantidos.
Rogério Fuzaro, diretor Comercial da Bucci Brasil, se dizia satisfeito com a Techmei. “Conseguimos trazer alguns clientes para a feira, até de Minas Gerais, e ainda fizemos bons contatos aqui”, explicou. “A conjuntura atrapalhou mas quem veio até o Centro de Exposições Imigrantes não viu uma feirinha regional. Viu uma feira de porte internacional”, afirmou, garantindo que sua empresa estará na próxima Techmei, em 2010.
Apesar do baixo movimento, Humberto Morganti e Ario Grandisoli, gerentes da Mitsui Motion, também informavam ter feito bons contatos no evento. “Me apresentaram um projeto de porte aqui”, informou Morganti. “Fizemos bons contatos, com a possibilidade de fechar novos negócios a médio e longo prazos”, acrescentou Grandisoli.
“É preciso separar a feira da realização de negócios”, argumentava Edson Truszko, gerente-geral da Probe Systems e diretor da Abimei. “Para a feira, conseguimos trazer os associados e eles trouxeram o melhor em termos de produtos, equipamentos e equipe. A Abimei se propôs a fazer uma feira de qualidade e fez”, disse. Quanto à conjuntura econômica mundial, principal responsável pelo esvaziamento clientes da feira, disse só ter a lamentar. “Infelizmente, não só a nossa, mas todas as feiras realizadas nesse período foram afetadas”.
Já Thomaz Lee, presidente da Abimei e um dos principais responsáveis e defensores da realização do evento, lembra que a Techmei é uma necessidade, já que a Mecânica não comporta a procura atual por estandes, dificultando aos expositores – principalmente às empresas mais novas – encontrar espaços suficientes para mostrar seus produtos. “Essa dificuldade, desde o início desta feira, não existe mais”, afirmou, lembrando que a próxima Techmei já tem data e local marcados: a Techmei 2010 será realizada em março de 2010, no Expo Center Norte.