(02/11/2008) – São muitos os fatores que levam os fabricantes de ferramentas de corte a investir no treinamento técnico de seus clientes, como temos apresentado nessa série de reportagens sobre o assunto. Porém, quase todos os entrevistados utilizam as palavras “estratégico” e “fundamental” para definir o Departamento de Treinamento de suas empresas.
É o caso da Seco Tools. “Não adianta fornecer ferramentas de qualidade e de alta tecnologia se a outra parte, o usuário, não está preparado para utilizá-las e delas retirar o máximo desempenho”, explica Fábio Ricardo, gerente de Treinamento da Seco Tools.
Para o gerente, os treinamentos trazem vantagens e benefícios para todas as partes envolvidas: fornecedor, clientes e profissionais que usam as ferramentas no dia-a-dia. Ele observa que para o fabricante da ferramenta, o treinamento é também uma forma de valorizar seus produtos, na medida que prepara pessoas para empregar suas ferramentas corretamente. Já a empresa-cliente passa a contar com funcionários melhor capacitados, o que certamente resultará em economia e qualidade do produto final. “E os próprios profissionais têm nesses cursos a oportunidade de atualizar-se, aprimorar-se e ficar mais valorizado no mercado de trabalho”, observa.
Desde 1993 na Seco Tools e há oito anos na área de treinamento, Ricardo não sabe precisar desde quando a empresa oferece cursos de usinagem aos seus clientes. Supõe que desde o início das atividades da Seco no Brasil, há 48 anos. “Há mais de 30 anos, com certeza”, afirma.
O programa de cursos da Seco é diversificado. Além dos básicos de torneamento, fresamento e furação, oferece treinamentos em elementos de fixação e seminários específicos sobre temas como usinagem de superligas, aços inoxidáveis, sem refrigeração, HPMC (usinagem de alta performance) e com alta pressão. “Estamos sempre criando novos cursos e seminários que atendam às novas necessidades dos clientes”.
Em 2007, a Seco realizou 110 cursos e seminários em seu Centro de Treinamento, em Sorocaba (SP), e nos Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Foram treinados 2.348 profissionais. Mas em 2008 esses números devem ser menores, já que o foco principal foi o treinamento interno, dos funcionários da fábrica, da engenharia, de vendas e também os da rede de distribuição. “Em 2008 nosso objetivo foi o de melhorar a qualificação de todo o nosso pessoal interno”.
O gerente comenta que há três anos a matriz da companhia, na Suécia, vem trabalhando num projeto global de treinamento, já batizado de STEP – Seco Technical Education Program”, que em breve passará a ser utilizado por todo o grupo Seco no mundo. “A idéia é padronizar essa atividade em todas as filiais”, explica, lembrando que a filial brasileira contribui com sua experiência, em especial no capítulo sobre manuseio e movimentação de ferramentas.
Embora seja um dos temas mais básicos da usinagem, esse tema vai integrar o STEP. Segundo Ricardo, ao contrário do que se possa pensar, a falta de qualificação da mão-de-obra não é um fenômeno restrito aos países emergentes. Nos países mais desenvolvidos começa-se a perceber também certa falta de preparação da mão-de-obra. “Nos últimos 5-10 anos vem se verificando uma queda da qualidade da mão-de-obra em todo o mundo”.