A Abimaq desenvolveu um fundo de investimento especialmente formatado para a indústria de máquinas, que antecipa até 85% das duplicatas e até 50% dos contratos ainda não entregues. Trata-se do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios da Abimaq, que coloca à disposição uma linha de crédito de R$ 200 milhões para negociação de recebíveis performados e a perfomar contra sacados de 63 importantes grupos e empresas como Petrobras, CVRD, CST, ThyssenKrupp e Braskem, entre outras. Com estrutura robusta, o fundo conta com o respaldo de instituições como a Rio Bravo administradora, a Baring Partners na gestão da carteira e auditoria da KPMG.
“A iniciativa é inédita no mercado financeiro brasileiro. É o primeiro fundo de investimento setorial criado em parceria com uma entidade de classe no País”, afirma o presidente da Abimaq, Newton de Mello, incentivador da criação do fundo, que foi idealizado à época que era diretor de Financiamentos da entidade. Na prática, o lastro dos créditos são os contratos firmados para compra e venda de bens de capital ou serviços prestados pelas empresas do setor.
Segundo a Abimaq, a aceitação do fundo é crescente no setor. O empresário Luiz Aubert Neto acaba de utilizar o fundo em uma operação de antecipação de contrato não performado com uma siderúrgica para um pedido expressivo de redutores de velocidade. Aubert optou pela antecipação de 20% do valor do pedido e surpreendeu-se com a agilidade do serviço, uma vez que após o fornecimento dos documentos de praxe em ordem, o dinheiro estava em sua conta no prazo de 3 dias. Outra vantagem, a seu ver, é que a taxa de juros é “efetivamente baixa, de 1,65% ao mês, não tem IOF e não há exigência de reciprocidade, a exemplo dos bancos”. Além disso, ressalta, não “impacta o cadastro financeiro do associado, uma vez que não onera os limites de crédito em bancos”.
Para o diretor da Aubert, que fabrica engrenagens e redutores, o fato de não ter solicitado à siderúrgica o adiantamento de praxe para pedidos pesou positivamente na negociação comercial, a ponto de ter sido decisivo para a empresa vencer a concorrência e ganhar o pedido. Com o adiantamento, o empresário conseguiu uma média de 8% de desconto com os fornecedores de matéria-prima para pagamento à vista. Logo, conclui, “a operação saiu quase a custo zero, uma vez que ficou em 0,6%, o que equivale à taxa inferior à de uma poupança”, faz as contas.
“Trata-se, realmente, de uma excelente ferramenta comercial-administrativo-financeira. Acredito até que esse produto é uma mudança de paradigma no mercado”, conclui o empresário.