São Paulo, 06 de dezembro de 2025

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09/12/2006

O perfil do engenheiro na economia globalizada

(9/12/2006) – Com a intensificação da globalização, ter uma formação de nível superior já não é mais garantia de bom desempenho no mercado de trabalho. O profissional precisa se preparar para atuar em uma comunidade global, o que exigirá habilidades que vão além das aprendidas na grade curricular tradicional. É o que revela o estudo “Excelência em Engenharia Global”, realizado por oito universidades de seis países – entre elas a Escola Politécnica da USP – que será apresentado no dia 12 de dezembro, na Poli-USP.

Embora focado em Engenharia, o estudo é um espelho do que está ocorrendo com boa parte das profissões, especialmente as diretamente ligadas ao setor produtivo. “A prática global da Engenharia requer um profissional que, além de capacidade técnica, seja poliglota, amplamente instruído e culturalmente bem informado, conhecedor dos mercados, empreendedor e inovador, além de muito flexível e móvel – seja virtual ou fisicamente”, afirma o professor Márcio Lobo Netto, do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos, que, juntamente com o professor Paulo Carlos Kaminski, do Departamento de Engenharia Mecânica, representou o Brasil nesse estudo.

DESAFIOS DA EDUCAÇÃO – Preparar um profissional com tamanha gama de habilidades é uma tarefa complexa, mas necessária diante da mudança radical na maneira como as economias passaram a desenvolver, produzir e distribuir os bens de consumo. “Com a globalização, um produto desenvolvido no Brasil, pode ser produzido na China e distribuído na Europa, e os profissionais envolvidos nesse processo precisam saber atuar em uma escala global”, afirma Lobo. Para tanto, será necessária uma mudança nas abordagens dos programas de ensino, além de um compromisso de colaboração entre instituições de ensino, governo, indústria e entidades profissionais.

Um dos desafios é tornar a competência global uma qualificação central nos programas de educação. “Será necessário integrar na grade curricular mecanismos que ajudem o aluno de graduação a se inserir nessa nova realidade”, afirma Lobo. Exemplos: ensiná-lo a trabalhar em equipe em um projeto global e estimular atividades extra-curriculares que despertem seu espírito empreendedor e inovador.

A internacionalização do estudo e da pesquisa científica deve ser outra prioridade. “Despender parte dos estudos no exterior durante a graduação, seja por meio de cursos de curta duração ou de dupla formação, é uma experiência essencial para a prática global”, afirma o professor Kaminski. “Os acordos de cooperação entre as universidades devem ser cada vez mais estimulados para viabilizar a mobilidade dos estudantes, e o apoio das agências de financiamento nesse processo deve ser redobrado”, acrescenta. O mesmo se aplica aos alunos de pós-graduação e ao corpo docente, pois um pesquisador que desenvolva trabalhos científicos a nível internacional está mais apto a oferecer conhecimentos e tecnologias de ponta para uma indústria transnacional.

Os laços da universidade com a indústria também terão que ser mais estreitos. “O ensino precisa ser vinculado à prática profissional globalizada”, afirma Kaminski. Um exemplo é o Partners for the Advance of Collaborative Engineering Education (PACE), programa educacional da GM mundial feito em parceria com universidades de vários países – entre elas a Poli -, no qual alunos de graduação desenvolvem projetos virtuais de carros a distância. “Cada equipe, representando sua universidade, cria uma parte do carro, sendo que o projeto deve facilitar sua aplicação na prática, como, por exemplo, prever mudança de medidas para diferentes processos de fabricação”, explica ele.

Análise minuciosa – Concluído em novembro passado, o estudo é uma iniciativa da AG Continental – transnacional do setor automotivo – e foi conduzido com total autonomia pela Technische Universität Darmstadt (Alemanha), em parceria com o Massachusetts Institute of Technology, Georgia Institute of Technology (ambas dos EUA), Eidgenössische Technische Hochschule Zürich (Suíça), Tsinghua University, Shanghai Jiaotong University (ambas da China) e University of Tokyo (Japão), além da Escola Politécnica.

Durante um ano, os docentes envolvidos no projeto analisaram os fatores históricos, econômicos e sociais de cada país, os desafios do mercado, as necessidades da indústria em relação à força de trabalho dos engenheiros (agora e no futuro) e o quanto eles estão preparados para atender essas expectativas. Paralelamente, também fizeram uma avaliação das abordagens educacionais usadas para preparar os engenheiros para a prática global, incluindo seus próprios programas em todos os níveis.

Serviço: O estudo “Excelência em Engenharia Global” será apresentado no dia 12, às 16h00, no Auditório Francisco Romeu Landi do Prédio da Administração da Poli (Av. Prof. Luciano Gualberto, n° 380, travessa 3, Cidade Universitária, São Paulo). A íntegra do estudo está disponível no site www.global-engineering-excellence.org.

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