27/08/2006 – A OSG Ferramentas de Precisão, em parceria com a Balzers, promoveu na semana passada seminário científico sobre usinagem de titânio. O evento ocorreu no Hotel Quality, em Itupeva (SP), e reuniu cerca de 40 pessoas ligadas à indústria aeronáutica.
O evento foi marcado pelo cunho científico. A apresentação das palestras coube ao professor Álisson Rocha Machado, da Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O professor conta que já realizou alguns seminários para OSG, todos de conteúdo científico. “Nesses seminários pouco se fala de produtos. Nesse caso, mostramos o conhecimento geral sobre a usinagem de titânio e o comportamento do material durante a usinagem”, explica.
Para Machado, a importância desses seminários está na transmissão do conhecimento, especialmente sobre os diversos parâmetros de usinagem do material, temperaturas, lubrificação etc. “A principal contribuição, acredito, é a de mostrar saídas e alternativas possíveis para se solucionar problemas na usinagem desse material”, avalia o professor, que realiza pesquisas com titânio desde a década de 1980.
Entre os destaques do evento, a palestra de Rosemar Batista da Silva, pesquisador da UFU, que apresentou os dados obtidos nos estudos para sua tese de doutorado: “Tecnologia de aplicação de fluido de corte à alta pressão no torneamento de acabamento de liga de titânio (Ti-6Al-4V), usando várias ferramentas de corte”.
Segundo o pesquisador, hoje é possível aumentar a produtividade na usinagem de titânio, empregando modernos equipamentos, como as máquinas HSM, que permitem elevar a velocidade de corte a 175 m e conseuquente aumento da taxa de remoção de material; com ferramentas de materiais resistentes; com o emprego de técnicas de usinagem, como HPC, SPRT, Hot Machining e Usinagem Criogênica. Silva destacou o uso da HPC (usinagem assistida com jato à alta pressão: 0,5-30Mpa (5-300 bar), que oferece melhor acesso à área de corte, eficiente fragmentação dos cavacos e área de usinagem mais limpa.
Silva analisou o comportamento de 11 diferentes ferramentas na usinagem de titânio (metal duro, PCD, CBN e cerâmica), com e sem revestimento, com o emprego de argônio ou sistema de alta pressão para lubrificação. Os melhores resultados foram obtidos com as ferramentas de PCD em conjunto com o sistema de alta pressão, mas em termos de custo a melhor opção recaiu sobre as ferramentas de metal duro de grão maior.
Mara Nardi, gerente de Vendas da OSG, conta que a empresa organiza seminários para seus clientes há cerca de quatro anos, sempre buscando o enfoque mais científico. “Nunca focamos no marketing de nossos produtos. Nossa idéia é oferecer conhecimento, mostrar o processo e, assim, agregar valor aos nossos clientes”, diz, lembrando que a receptividade tem sido muito boa. “Ás vezes, somos até cobrados sobre quando será próximo”. Falando nisso, o próximo será sobre usinagem de alumínio, ainda sem data fixada.
A visão da Balzers é idêntica. “É um evento que nós apenas patrocinamos. Quem apresenta os temas são os professores”, observa Júlio César de Lima, gerente da Balzers. “É uma oportunidade que damos aos nossos clientes de absorver esse conhecimento teórico, já que a prática eles conhecem”.