(29/04/2007) – O mercado mundial de carros de baixo custo, que valem até US$ 10 mil nos EUA ou 10 mil euros na Europa, gira em torno de 14 milhões de unidades/ano e deve crescer 4,5% ao ano até 2013, atingindo 18 milhões de unidades. A conclusão está em estudo apresentado na segunda-feira passada por Win van Acker, diretor-sócio da consultoria Roland Berger, durante o Simpósio SAE Brasil Novas Tecnologias Automotivas.
Embora os números sejam animadores, Acker mostrou que o Brasil não pode perder tempo se quiser avançar neste expressivo mercado. “O Brasil leva vantagem sobre muitos países pela vocação no desenvolvimento de veículos compactos populares e tradição da indústria automotiva”, disse o consultor. Ele acredita na necessidade de o governo rever a alta carga tributária a que os veículos são submetidos no Brasil.
No evento, Cledorvino Belini, diretor superintendente da Fiat Automóveis, reafirmou a importância de diminuir a carga tributária na aquisição do veículo, promover a inspeção veicular e estruturar uma política de impostos que favoreça a troca do veículo. “No Brasil, o imposto é alto na compra e diminui quando o carro fica velho”, criticou.
“Os juros precisam cair, pois atraem capital volátil, que mantém o câmbio no patamar atual, valorizado”, disse o dirigente da Fiat Automóveis. Para ele, o nível de produção conjunta ideal para as indústrias automotiva brasileira e argentina seria algo em torno de 5 milhões de unidades por ano.
Belini e Acker concordam num ponto: a ameaça virá da China e Ãndia no médio prazo. Ambos enfatizaram que a indústria automotiva brasileira tem tradição de 50 anos e sua engenharia local, reconhecida no Exterior, a credencia a participar ativamente do desenvolvimento de projetos globais e outros dirigidos a mercados específicos.